quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

DRAMATURGIA BRASILEIRA PERDE FAUZI ARAP

O premiado diretor de teatro, ator e dramaturgo Fauzi Arap morreu nesta quinta-feira (5) em sua casa, em São Paulo, aos 75 anos.

Seu velório será realizado na Catedral Ortodoxa, no Paraíso, e o enterro será no Cemitério São Paulo, na sexta (6).

Formado em engenharia, Arap estreou no teatro na década de 1950, trabalhando como ator. Com o Teatro Oficina, participou da primeira montagem profissional do grupo, "A Vida Impressa em Dólar", de Clifford Odetts, em 1961. A direção era de Zé Celso Martinez Corrêa.

Pela peça, Arap recebeu os prêmios Saci e Governador do Estado de melhor ator coadjuvante.

Com o Oficina, fez diversas célebres montagens, como "José do Parto à Sepultura", com direção de Antônio Abujamra, em 1961, e "Pequenos Burgueses" e "Andorra", respectivamente em 1962 e 1964, ambas dirigidas por Zé Celso.

Já com outro grupo, o Teatro de Arena, participou de peças de destaque como "A Mandrágora", em 1962, sob a direção de Augusto Boal.

Como diretor, trabalhou pela primeira vez em 1965 em "Perto do Coração Selvagem", uma adaptação de Clarice Lispector feita pelo próprio Arap. A partir daí, dirigiu diversos sucessos nos palcos, como "Dois Perdidos numa Noite Suja" (1967) e "Navalha na Carne" (1968), com Tônia Carrero.

Como diretor, ajudou a lançar grandes nomes da dramaturgia brasileira, como Plínio Marcos, Antônio Bivar e José Vicente.

Considerado pioneiro na direção de shows musicais, Fauzi Arap deu projeção também à cantora Maria Bethânia, ao dirigi-la em Rosa dos Ventos, apresentação de 1971 que valorizava a presença cênica dela.

Já como dramaturgo, passou a trabalhar em 1975, com "Pano de Boca", um balanço do teatro brasileiro nas décadas de 1960 e 1970. Recebeu diversos prêmios como autor, entre eles o Molière e o da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

Em 1998, publicou sua autobiografia, "Mare Nostrum - Sonhos, Viagens e Outros Caminhos", no qual relatava sua busca no teatro por uma existência integral.

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