quinta-feira, 11 de julho de 2013

LANÇAMENTO DO CD OS PIANEIROS COM LUIZ EDUARDO DOMINGUES

Foram chamados de “pianeiros” os primeiros pianistas populares do Brasil, que atuaram especialmente nos fins do século XIX e início do século XX. Neste leque de grandes músicos da época, alguns nomes praticamente inauguraram o jeito brasileiro de tocar piano, registrado em obras de conhecidos, como Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, como também pelas peças de J.J.Barata, Misael Domingues e Joaquim Antônio Callado, dentre outros.  Através de um trabalho de pesquisa meticuloso, o pianista Luiz Eduardo Domingues reuniu no seu primeiro CD ,“Os Pianeiros” (A Casa Discos), peças raras desse período da história da música brasileira, com a produção do compositor e produtor Sergio Roberto de Oliveira - indicado ao Grammy Latino em música clássica nos dois últimos anos -, a ser lançado no dia 12 de julho, sexta-feira, às 19:30h, no Centro de Referência da Música Carioca, na Tijuca.


O disco, uma homenagem a Ernesto Nazareth neste ano em que comemoramos os 150 anos do seu nascimento, traz, de quebra, oito de suas composições. Autor de uma obra tanto bela quanto original e predominantemente pianística que soma 214 composições entre tangos, valsas, polcas, sambas e muitos outros, o músico carioca é lembrado nos sambas “Arrojado” (1921) e “Comigo é na madeira” (1929), na valsa-lenta “Turbilhão de beijos” (1911), na valsa-capricho “Elegantíssima” (1926) e nos tangos “Maly” (1920), “Batuque” (iniciado em 1901 e publicado em 1913) e “Tango-Habanera” (de 1929, no ano seguinte foi transformado no samba carnavalesco “Crises em penca!”, com letra do próprio autor).

Outro nome de destaque da época, Francisca Edwiges Neves Gonzaga, nascida no Rio de Janeiro em 1847, surge aqui em quatro peças magistralmente interpretadas por Luiz Eduardo: a polca “Atrahente” (1877), “Maxixe de Carrapatoso e Zé Povinho” (1896), a valsa sentimental “Plangente” (1877) e o tango brasileiro “Gaúcho” (1895). Pianeira típica e frequentadora da vida boêmia carioca, Chiquinha Gonzaga escreveu obras para piano e música para o teatro de revista e fez parte de grupos que se exibiam em confeitarias e casas de chá da cidade, falecendo em 1935.

Amigo e incentivador de Chiquinha Gonzaga, o compositor e flautista Joaquim Callado, considerado um dos pais do choro, ganha belíssimas releituras do pianista através de suas polcas “Como é bom” (1875) e “A flor amorosa” (de 1880, a peça foi colocada à venda 11 dias após a sua morte). O flautista frequententemente se apresentava acompanhado de um conjunto instrumental formado por dois violões e um cavaquinho, que ficou conhecido na época como “O choro do Callado”.

Outros dois expoentes que escreveram obras para o piano popular brasileiro da época ganham registro na seleção de “Os Pianeiros”. Com uma obra que abrange quadrilhas, polcas, valsas e outros gêneros de salão, o alagoano Misael Domingues, nascido em 1857, é lembrado aqui por sua polca “Brazileira”, escrita entre 1878 e 1885. O músico, que morreu em Recife em 1932. foi também pintor, engenheiro civil e professor de matemática. Já J.J.Barata, cujas obras encontradas no acervo da Biblioteca Nacional datam das décadas de 1880 e 1890, é representado pela polca “Eu sou bahianinha”.
  

Luiz Eduardo Domingues

Carioca, nascido a 11 de julho de 1966, iniciou seus estudos de piano aos 11 anos de idade. Teve como principais orientadores Esther Nisembaum, Miguel Scebba, Sílvio Merhy e Myrian Dauelsberg. Também contribuíram decisivamente para sua formação os professores Esther Naiberger, Salomea Gandelman e Homero Magalhães.
Possui os títulos de Bacharel em Piano pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, Mestre em Música pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e Doutor em Música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.
É, desde 1994, professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, onde leciona as disciplinas Piano e Harmonia. Tem pesquisas desenvolvidas sobre a obra para piano de C. Guerra-Peixe e M. Camargo Guarnieri.
Foi premiado em vários concursos de piano nacionais. Apresentou-se com as Orquestras Sinfônica de Porto Alegre – OSPA e Sinfônica do Estado de São Paulo – OSESP. Vem atuando regularmente como pianista solista e camerista. Entre seus trabalhos mais significativos como camerista estão o Duo Passuni-Domingues, com o violinista Daniel Passuni (OSB) e o Duo Selene com a pianista Lúcia Barrenechea (UNIRIO).


SERVIÇO:

12/07 - Recital e lançamento do CD "Os Pianeiros”, por Luiz Eduardo Domingues
Centro de Referência da Música Carioca
Endereço: Rua Conde de Bonfim, 824 - Tijuca –RJ
Horário: 19:30h
Ingresso: R$10 reais (inteira), R$5 (meia)
Informações: 21-3238-3880

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