Bento
João de Albuquerque Mossurunga (Castro, 6 de maio de 1879 — Curitiba, 23 de outubro de 1970) foi maestro e compositor brasileiro.
Bento
era filho do tabelião João Bernardes de Albuquerque e de Graciliana Reis de Albuquerque. Foi registrado
com um acréscimo em seu sobrenome: 'Mossurunga' (um simples apelido). Em casa,
o ambiente era muito musical, pois seu pai e seu irmão tocavam viola e violão, enquanto
suas irmãs tocavam órgão. Ainda pequeno aprendeu a tocar violinha
sertaneja, tendo crescido entre violeiros populares e ouvindo música produzida
por ex-escravos libertos que moravam numa colônia próxima à sua casa.
Em
1895 foi para Curitiba estudar piano
e violino no
Conservatório de Belas Artes. Além de estudar, trabalhava numa loja de chapéus
e freqüentava o Grêmio Musical Carlos Gomes, tendo convivido com os
compositores e músicos da época. Após um período de volta à terra natal (1897 -
1902), retornou a Curitiba e retomou seus estudos musicais, enquanto lecionava
piano e apresentava-se num café-concerto.
Em
1905, a revista carioca O
Malho publicou sua valsa Bela morena, o que o incentivou a
mudar-se para o Rio de
Janeiro, onde começou a atuar como violinista no teatro de
variedades Guarda Velha. Prosseguiu seus estudos no Instituto
Nacional de Música, passando a integrar em 1907 a orquestra do
Centro Musical, regida por Antônio Francisco Braga, como primeiro violino.
Sua
carreira como maestro se iniciou em 1916 na companhia do Teatro São José, onde
foi auxiliar do maestro José Nunes até a morte deste, quando então assumiu o
cargo de diretor do teatro. No período de 1918 a 1922, Bento Mossurunga dirigiu
ensaios, fez instrumentações e musicou operetas, revistas e burletas, de
autores como Cardoso de Meneses, Viriato Correia e Gastão Tojeiro. Depois dessa fase, foi regente em
diversos teatros cariocas, como o Lírico, o Apolo, o Carlos Gomes e o Recreio
Dramático.
Ainda
morando no Rio de Janeiro, casou-se com Belosina Lima em 21 de setembro de
1924.
Em
1930 voltou a Curitiba para dirigir um curso de música e trabalhar na Sociedade
Musical Renascença. Fundou a Sociedade Orquestral Paranaense e passou a
produzir para o teatro musicado e a compor hinos, canções e obras para
orquestra. Em 1946
organizou, com um grupo de estudantes e músicos, a Orquestra Estudantil de
Concertos, que em 1958 se transformaria na Orquestra Sinfônica da Universidade
do Paraná.
Em
1947, seu Hino do
Paraná, composto em 1903, tornou-se o hino oficial do Estado. Foi
professor de canto orfeônico no Colégio
Estadual do Paraná e de instrumentação na Escola de Música e Belas Artes do Paraná.
Sua
obra popular, que inclui numerosos sambas, tangos, choros, marchas
carnavalescas, valsas e mazurcas perdeu-se em grande parte. Musicou, entre
outras, as seguintes peças:
·
Gato,
baeta, carapicu, revista de Cardoso de Meneses (em colaboração com Bernardo
Vivas) (1920)
·
Reco-reco,
de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses (1921)
·
Olelê
olalá, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses (em colaboração com Freire
Júnior (1922)
·
Segura
o boi, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses (1921)
·
Meu
bem, não chora!, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses (em colaboração com
Assis Pacheco) (1922)
·
Florzinha,
opereta de Ivete Ribeiro (em colaboração com Henrique Vogeler) (1927)
·
Boas
falas, revista de Bastos
Tigre (1927)
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