terça-feira, 5 de maio de 2020

IDEA: DESILGUALDADES SOCIAIS E O CORONA



Novas formas de consultar o IDeA
O IDeA agora conta com um menu avançado para filtrar ainda melhor os seus resultados. O usuário poderá selecionar os municípios por número de habitantes, estado, região do país, nível de desigualdade e de aprendizagem. O novo recurso facilita a consulta, auxiliando pesquisadores e gestores de políticas públicas. Clique aqui para ler mais.
Suspensão das aulas e desigualdades de aprendizagem
A suspensão das aulas nas escolas ao redor do mundo tem por objetivo conter o ritmo da expansão da pandemia de Covid-19. Essa medida drástica é necessária, dada a gravidade da pandemia. Entretanto, poderá ter consequências nas aprendizagens e nas desigualdades escolares. Podemos antever consequências pela leitura de pesquisas que evidenciam que as desigualdades de aprendizagem aumentam mais durante longos períodos de interrupção das aulas do que durante o período letivo. Clique aqui para acessar a matéria completa.
“A interrupção educacional pelo COVID-19 e respostas”
A UNESCO lançou a Global Education Coalition e passou a monitorar as políticas educacionais estabelecidas pelos diferentes países durante o período da pandemia, apresentando inclusive um mapeamento diário do número de alunos afetados em todo o mundo. O organismo também destaca as possíveis consequências do fechamento das escolas sobre a aprendizagem dos alunos mais vulneráveis e apresenta caminhos para mitigar essa desigualdade: buscar a equidade de acesso e uso das tecnologias de informação, assegurar segurança alimentar fora das escolas e pensar em soluções de aprendizagem inclusivas.
As possíveis consequências da suspensão das aulas estão sendo debatidas na mídia nacional e internacional. Nessa reportagem, o jornal Folha de S.Paulo destaca que “o aumento da desigualdade é um dos riscos mais temidos”, apontando desigualdades entre alunos de diferentes grupos sociais no acesso a equipamentos eletrônicos, serviços de internet, bem como desigualdades de oferta de atividades propostas (ou não) pelas escolas privadas e públicas. Além disso, a matéria discute possibilidades de participação da família durante esse período atípico. 
Inside Higher Education, EUA, 23/03/2020
“Ir pra casa? Para alguns estudantes não é fácil”
Annette Lareau, da Universidade Pensilvânia, EUA, há muitos anos estuda as formas como as diferentes classes sociais educam seus filhos. Seu livro Unequal Childhoods (2003) pode ser considerado um clássico recente da Sociologia da Educação. Nele, a autora apresenta uma longa pesquisa etnográfica sobre o tema, pela qual investigou crianças de 10 anos e suas famílias. Nesse trabalho, ela traça, em detalhes, dois perfis de educação de filhos: por um lado, o padrão das famílias de classe média, que é mais próximo da cultura escolar e, por outro, o padrão das famílias de classes populares, não só mais distante da cultura escolar, como também conflitivo com ela. Essas diferenças, ao se relacionarem com as práticas escolares, desempenhariam um papel muito importante na reprodução das desigualdades. Um artigo sobre a pesquisa já foi publicado no Brasil. Além disso, a pesquisadora apresenta brevemente seu trabalho nesse vídeo. As pesquisas de Annette Lareau podem nos ajudar a pensar o momento atual, no qual crianças e jovens estão fora das escolas e no qual a influência familiar sobre o acesso à cultura escolar é ainda maior.

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