Em comunicado em rede social, a equipe do Observatório da Imprensa, portal fundado por ele, informou que ele estava internado no Hospital Albert Einstein.
Alberto Dines iniciou sua carreira no jornalismo em 1952 na revista "A
Cena Muda" e, no ano seguinte, mudou-se para a revista "Visão" para
cobrir assuntos ligados à vida artística, como teatro e cinema. Logo
depois, passou a fazer reportagens sobre política.
Em 1957, ele trabalhou para a revista "Manchete", até se demitir da
empresa. Em 1959, assumiu a direção do segundo caderno do jornal "Última
Hora", de Samuel Wainer. Já em 1960, colaborou para o jornal "Tribuna
da Imprensa".
Em 1960, convidado por João Calmon, dirigiu o jornal "Diário da Noite",
dos "Diários Associados", de Assis Chateaubriand. Já em 1962 tornou-se
editor-chefe do "Jornal do Brasil", no qual ficou por 12 anos. No
jornal, ele coordenou uma grande reforma gráfica e criou novas seções.
Segundo Manuel do Nascimento Brito, diretor do "Jornal do Brasil", com
"a entrada de Dines, a reformulação do jornal foi afinal consolidada,
pois ele sistematizou as modificações que levaram o JB a ocupar outra
posição na imprensa brasileira".
Desde 1963, Dines também era professor na Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Ele criou as disciplinas de
Jornalismo Comparado e de Teoria da Imprensa.
Na promulgação do Ato Institucional Nº 5 (AI-5), em 13 de dezembro de
1968, durante a Ditadura Militar, coordenou a edição da primeira página
que usou termos da previsão do tempo para narrar o momento político –
“Tempo negro. Temperatura sufocante. O ar está irrespirável. O país está
sendo varrido por fortes ventos...” – como parte de uma estratégia para
denunciar a censura imposta à redação a partir de então.
Outro episódio que marcou sua passagem pelo jornal foi a cobertura do
golpe que depôs o presidente chileno Salvador Allende, em 11 de setembro
de 1973. A censura havia proibido a publicação de manchetes sobre o
assunto, então Dines coordenou a edição de uma primeira página sem
títulos, mas com um longo texto contando o que aconteceu no Chile. O
jornalista foi demitido do JB naquele ano.
Ele também tem passagem pela "Folha de S.Paulo" e a Editora Abril.
Em 1994, fundou o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo
(Labjor), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), junto com os
professores Carlos Vogt e José Marques de Melo. O objetivo era criar um
centro de pesquisa e acompanhamento crítico da mídia. A partir de 1999, o
Labjor passou a oferecer um curso de pós-graduação de Jornalismo
Científico.
Observatório da Imprensa
O Observatório é uma entidade civil, não-governamental, não-corporativa
e não-partidária que acompanha o desempenho da mídia brasileira.
Funciona como um fórum que permite debates diversos sobre coberturas
jornalísticas.
Como site, nasceu em 1996, por iniciativa do Projor – Instituto para o
Desenvolvimento do Jornalismo e projeto original do Labjor, da Unicamp.
Em maio de 1998, o Observatório da Imprensa ganhou uma versão
televisiva, produzida pela TVE do Rio de Janeiro e TV Cultura de São
Paulo, e transmitida semanalmente pela Rede Pública de Televisão.
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