EDUARDO DE OLIVEIRA
Nasceu
na cidade de São Paulo em 6 de agosto de 1926. Advogado, jornalista e
professor... e poeta, sobretudo. Ativista em defesa dos direitos
humanos.
Autor de Banzo, 1965; Gestas Líricas da Negritude, 1967; Evangelho da
Solidão, 1970; Hino à Negritude 2009. Fundador e presidente do Congresso
Nacional Afro-Brasileiro (CNAB).
Faleceu em 12 de julho de 2012.
Gestas líricas da negritude
Eu quero ser no mundo uma atitude
de afirmação que, unicamente, cante
com poderosa voz, tonitruante,
A Gesta Lírica da Negritude...
Serei na vida o intransigente amante
de sua nobiliárquica virtude,
e, como alguém que entoa ao alaúde
uma canção, eu seguirei adiante...
Eu seguirei feliz, de braços dados
com meus irmãos dos cinco continentes...
que todos amam, porque são amados.
E quando se ama a Humanidade inteira,
os ideais - por mais nobres, mais ardentes -
irmanam-se numa única bandeira.
Túnica de ébano
Dentro de minha túnica africana
há um coração que a própria dor abarca,
a oscilar, como um pêndulo que marca
toda essa angústia da tragédia humana!
Do meu ser, cor de ébano, dimana
um profundo torpor e pranto encharca
de ânsias o império de que sou monarca,
dentro da minha túnica africana!
Se padeço, não sei. Só sei que, agora,
não mais tenho da vida aquele encanto
que ternamente me envolvera outrora!
Restando-me tão pouco por viver,
sinto, contudo, inda restar-me tanto
na saudade de tudo que eu quis ser...
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