domingo, 13 de outubro de 2024

MORRE WASHINGTON OLIVETTO

Morreu na tarde deste domingo, 13, aos 73 anos, o publicitário Washington Olivetto, famoso por diversas criações como o casal Unibanco, garoto Bombril e Democracia Corinthiana. A informação inicial foi divulgada pela “Folha de S.Paulo”. Segundo a reportagem, Olivetto estava internada internado há quase cinco no hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, por complicações pulmonares. Ele morreu de falência múltipla de órgãos. Descendente de italianos da região da Ligúria, Olivetto nasceu no bairro da Lapa, na cidade de São Paulo. Seu pai era vendedor e o inspirou para a carreira de publicitário. Iniciou sua carreira profissional em 1969, aos dezoito anos, como redator em uma agência de publicidade, na qual foi procurar vaga como estagiário, ao ter o pneu de seu carro furado em frente à empresa. Depois de três meses já havia produzido seu primeiro comercial para a empresa Deca, que conquistou o prêmio Leão de Bronze no Festival de Publicidade de Cannes. Washington Olivetto foi o principal rosto e o ego principal de gerações de profissionais que tornaram nas últimas décadas a publicidade brasileira uma das mais criativas e premiadas do mundo. Hiperbólico, era uma dessas pessoas inesquecíveis. Bastava estar com ele poucos minutos para, fosse qual fosse o tema, ser bombardeado por frases ferinas, comentários espirituosos, histórias variadas. Se o tema fosse Corinthians, então, a conversa podia beirar o interminável. Inesquecível, como muitas das campanhas que criou, como “O primeiro sutiã (ninguém esquece)”, para a Valisère. Olivetto foi um dos 100 maiores publicitários de todos os tempos, conforme escolha da revista Advertising Age. Bastaria um rápido resumo de 20 anos de sua carreira a partir de 1974, retirado de seu site oficial, para se ter a dimensão que Olivetto alcançou. É de tirar o fôlego. 1974, ganha o primeiro Leão de Ouro do Festival Publicitário de Cannes para o Brasil. 1978, cria com Petit o garoto Bombril. 1981, torna-se vice-presidente do Corinthians e ajuda a colocar de pé a Democracia Corintiana, nos estertores da ditadura militar. 1986, sai da DPZ e logo depois abre a W/, que seria eternizada no mega hit de Jorge Benjor “W/Brasil”. Em 1987 cria as campanhas “O primeiro sutiã”, da Valisère, e “Hitler”, para a Folha de S. Paulo, as duas únicas peças publicitárias brasileiras citadas no livro “100 maiores comerciais de todos os tempos”, de Bernice Kranner. Em 1994 faz a campanha do cachorrinho da Cofap, considerada uma das mais simpáticas da história. Quem viveu esse tempo não esquece destes clássicos, que se tornaram peças inesquecíveis não só da propaganda, mas da vida brasileira. Houve muitos outros. “Volkswagen – Pense bem, pense Volkswagen”, que se tornou uma das campanhas de maior sucesso da marca no Brasil. E principalmente uma parceria de Olivetto com Francesc Petit, o Bombril das 1001 utilidades, com o ator Carlos Moreno. Que acabou entrando para o Guinness como o garoto-propaganda de maior tempo de permanência no ar. A parceria com a Bombril durou mais de 30 anos.

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