Antonia Brico nasceu em 1902 na Holanda. Ainda criança mudou-se para os Estados Unidos. E, ao voltar para a Europa, tornou-se aluna da Academia Estatal de Música em Berlim e, em 1930, foi a primeira mulher a comandar a filarmônica da capital alemã.
Sua história, ainda pouco conhecida, tornou-se ponto de partida para o filme Antonia: uma sinfonia, da diretora holandesa Maria Peters. Lançado em 2019, o longa chega agora ao streaming, como parte do catálogo da Netflix.
Mesmo diante de uma história real, a diretora sentiu a necessidade de tomar algumas liberdades. Mas procurou se manter fiel ao espírito da trajetória de Brico, que regeu orquestras como a Filarmônica de Nova York, criou a Women’s Symphony Orchestra em Washington e radicou-se em Denver, onde manteve ligação até o final da vida, em 1989, com a filarmônica local.
“Ao narrar uma história, você precisa ter certeza de que tudo vai funcionar na tela. Esse processo levou muito tempo, mudei muito o roteiro, ouvindo muitas pessoas, o que foi bom. Mas para mim foi importante acima de tudo o contato com o primo de Antonia, que a conheceu muito bem. Ele me disse várias vezes: não há problemas em mexer em uma outra coisa, pois o importante é a essência do personagem. Ainda assim, a infância, o tempo em Berlim, a ajuda que recebeu de muitas pessoas, o começo no teatro de vaudeville, tudo isso de fato foi retratado de maneira bastante fiel.”
No filme, Brico é interpretada pela atriz Christianne de Brujn. Ela conta que, durante uma cena em que tenta em vão dar orientações aos músicos de uma orquestra, entendeu o valor da personagem.
“Foi ali, naquele momento, que eu de fato compreendi pelo que ela deve ter passado, foi ali que eu senti o que ela deve ter sentido. De repente, você se vê diante de noventa homens olhando para você, todos eles preferindo que você não estivesse ali. Toda a luta de Antonia revelou-se de uma maneira bastante real”, contou.
FONTE: Revista Concerto
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