A partir da ideia central de uma narrativa sobre
a história de vida e luta de João Cândido Felisberto, o herói injustiçado do
Brasil, durante à Revolta da Chibata, a Isidoro Diniz Produções apresenta o
espetáculo SOLO DOS MARES E A REVOLTA DOS MENINOS HOMENS DE UMA NAÇÃO SUSPENSA.
A peça será transmitida online através do canal do YouTube da Isidoro Diniz
Produções sempre as 21h00 de 02 a 11 de dezembro. O espetáculo marca também a comemoração
dos 40 anos de vida artística do artista Isidoro Diniz.
Essa nova produção
marca a primeira parceria entre a Isidoro Diniz Produções e o dramaturgo,
pesquisador da cultura afro-brasileira e teatro negro brasileiro, Salloma
Salomão que, junto a professora doutora Ione Jovino, criaram a dramaturgia do
espetáculo. Vale ressaltar também, que SOLO DOS MARES é o espetáculo de estreia
do ator mineiro Pedro Ramires que deu vida de maneira extraordinária ao
personagem, tem a direção de Isidoro Diniz e Kátia Drumond e trilha original
composta por Ricardo Verocai.
Em meio a pandemia de covid 19, com ensaios
realizados virtualmente e com a presença de poucos integrantes por ensaio, o
espetáculo evidencia a invisibilidade dos nossos heróis pretos, como João Cândido,
que foi um líder nacional conhecido, mas não reverenciado. Legado ao ostracismo
e a uma vida penosa, tendo sua representatividade retirada da história.
Através de um “solo manifesto” serão narradas
situações cotidianas apresentando o racismo estrutural que persiste até os dias
atuais com tantos outros líderes nacionais, apontando também outras
personalidades que não foram reverenciadas, como: Machado de Assis, Clóvis
Moura, Carolina de Jesus, Grande Otelo, Clementina de Jesus, Abdias Nascimento,
Irmãos Rebouças, entre tantos outros.
Ao mesmo tempo, a ideia é traçar um paralelo
entre a história do João Cândido Felisberto com a história do Benedito Isidoro
Diniz e criar um elo entre o João, que se tornou marinheiro e nasceu em 1880,
em uma fazenda no interior do Rio Grande do Sul e o Benedito, que se tornou
artista e nasceu em 1958, em uma fazenda no interior do Paraná. Ambos homens de
luta e resistência para superar todas as adversidades que a condição de pretos
impõe.
Após sua liderança na Revolta da Chibata e a sua
prisão, João Cândido foi perseguido como rebelde, punido e condenado pela
instituição do estado, impedido de reconstruir sua vida com dignidade e poder
usufruir da sua expertise para se tornar um grande homem da Marinha Mercante,
com visibilidade, reconhecimento e prosperidade. Benedito passa por processo
semelhante (e recorrente entre pessoas pretas) por conta do racismo estrutural,
institucionalizado no país. No entanto, suas conquistas não impediram que ele
não passasse pelo mesmo processo de exploração, segregação, discriminação e
racismo que tantos Beneditos, Marias, tantos artistas como as atrizes Odelair
Rodrigues e Geisa Costa, os compositores Lápis e Itamar Assumpção passaram e
passam até os dias de hoje.
Assim, SOLO DOS MARES quer mostrar que após
tantas revoltas e lutas e, apesar de muitas conquistas a longo prazo do
movimento negro e de diferentes líderes da luta antirracista, ainda se continua
no mesmo ponto de negação, pois os pretos não alçaram seu devido lugar através
de sua valorização e reconhecimento que todos esses talentos merecem. Nesse paralelo entre passado e presente, se
evidencia a contemporaneidade do tema, para apresentar a força do racismo
estrutural que até a atualidade oprime e impede a ascensão de pretos e pretas
na sociedade, independente da atuação dessas personalidades e do espaço
geográfico que atuam.
O espetáculo será exibido todos os dias a partir
de 02 de dezembro até o dia 11, gratuitamente, sempre às 21h. Nos dias 02, 04,
06, 08 e 10 de dezembro as sessões contarão com um intérprete em libras.
Este projeto foi realizado através do programa de
Apoio de Incentivo à Cultura Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura
Municipal da Cultura com incentivo do Ebanx.
Ficha Técnica:
Ator: Pedro Ramires
Direção e Pesquisa: Isidoro Diniz e Kátia Drumond
Dramaturgia e Pesquisa: Salloma Salomão e Ione
Jovino
Trilha Sonora Original: Ricardo Verocai
Iluminação: Lucas Amado
Cenário: Rhenan Queiroz
Figurinos e Adereços: Cristine Conde
Pesquisa e Direção de Fotografia: Pretícia
Jerônimo
Transmissão/Registro em Vídeo: Luigi Castel
Direção de Arte, Design e Edição de Vídeo:
Ricardo Verocai
Operador de Som: Filipe Castro
Tradução em Libras: Rhaul de Lemos
Fotos: Kraw Penas
Mídias Sociais: Barbara Sanson João Luis Fiani
Direção de Produção: Bia Reiner
Produção Executiva: Carlos Roberto Barbosa
Coordenação: Isidoro Diniz
Realização: Isidoro Diniz Produções
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