Era final dos anos 70 e em Londrina, interior do Paraná ouvia ecos de discos do trio Parada Dura cujos sons atravessavam cercas nas casas de Dona Altina e seo Marcelo.
Rancheiras e toadas influenciadas por canções paraguaias e mexicanas davam o tom de temas caipiras e românticos além de abordagem da religiosidade católica e afro como em Pai Joaquim.
Ainda menino, convivia facilmente com este repertório, o samba tradicional, a era do rádio e a moderna MPB. Isso depois, faria a diferença em minha formação e vivência cultural.
Fora do habitual a começar pela formação de trio, o Parada Dura lançou sucessos que se tornaram cult e obrigatórios nos shows de toda dupla que se lança em carreira: As Andorinhas (Darci Rossi, Alcino Alves e Rosa Quadros, 1987), Homem de pedra (Correto e Creone, 1978), Castelo de amor (Nenzico, Creone e Barrerito, 1975), Fuscão preto (Atílio Versuti e Jeca Mineiro, 1981), O doutor e a empregada (Roniel e Augusto Alves Pinto, 1983) e Telefone mudo (Franco e Tião Carreiro, 1981).
Fizeram muito sucesso nas rádios e TVs nos anos 70 e 80 e já mais recentemente, foram indicados ao Grammy Latino e ao Prêmio da Música Brasileira.
Parrerito que entrou para o trio em 1982, ajudou a cantar e contar um Brasil muitas vezes desconhecido: o Brasil do interior; dos causos e anedotas; o Brasil das tradições populares; da boa comida; das lendas sertanejas e da vida que transcorre em calma e na velocidade do tempo das emoções.
Esse Brasil que trabalha, acorda cedo e preserva nossa história e que poucas vezes está nas revistas e na televisão. O Brasil que o Brasil não conhece! O Brasil real!
jornalista e músico Aldo Moraes (MTB 0010993/PR)
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