sábado, 27 de junho de 2020

BLOG ARTE BRASIL ENTREVISTA LEOPOLDO NANTES


Formado em Música pela UEL, Leopoldo Nantes é músico, guitarrista, violonista e professor. Deu   seus primeiros passos na música influenciado por familiares e pelas bandas de rock da década de 1990. A partir do ano 2000 envolveu-se com bandas de rock cover da região. Atualmente, é orientador de música no Sesc Cadeião Cultural. Tem 2 CDs solos e 1 gravado com Tiago Mayer (farofa duo).



a)      Olá Leopoldo, conte um pouco sobre sua infância  


   Tive uma infância comum, gostava de brincar na rua, adorava desenhos japoneses e coisas do gênero, amigos de bairro, coisa de cidade pequena, foi uma infância bacana.




b)      Em que momento você se interessa por música? Como foi o inicio?  

     A música sempre esteve presente no meu cotidiano, minha mãe sempre cantou no coro da igreja e ouvia muitos discos, minha irmã tocava órgão eletrônico. Mas foi pela influência de alguns amigos de escola que me interessei pelo rock e consequentemente por tocar um instrumento.



c)        Você tem um trabalho autoral bem interessante. Fale um pouco . 

    Após um tempo me dedicando mais ao violão, tanto pela faculdade, quanto pelo Farofa Duo (duo de violões com Tiago Mayer que esteve em atividade até 2012), voltei a me interessar pela guitarra elétrica e voltei a compor mais com ela. Desde então vim colecionando composições que foram compiladas no meu primeiro solo lançado no final de 2017. 

    E mais recentemente lancei um novo EP com 5 músicas inéditas intitulado PORTRAITS OF A FORGOTTEN LAND (retratos de uma terra esquecida), o conceito desse disco é que cada uma dessas composições ilustrasse através da escuta 5 momentos que eu subjetivamente julguei terem sido cruciais para nós brasileiros nos últimos anos, principalmente no que diz respeito ao panorama político e social do nosso país, culminando já no período da pandemia, quando o disco foi finalizado. O disco possui também 2 faixas bônus que haviam ficado de fora do primeiro disco (As it is now)



d)      Fale um pouco do educador musical. 

      Tenho a impressão que o ofício de professor caiu no meu colo..kkk, digo isso porque a atividade de dar aulas de música teve início muito cedo na minha vida, e de forma muito natural, comecei a dar aulas de violão para minha irmã, para os amigos da rua e da escola aos 15 anos, e quando percebi estava vivendo disso. É engraçado porque sempre pautei meu estudo musical orientado pelo que julgava ser importante conhecer e melhorar para atender meus alunos, então parece que a verve de educador sempre esteve presente. 

     Após estudar mais e ter cursado a Universidade de música, pude ter contato com estratégias e teorias mais específicas acerca da educação musical, mas dou muito valor ao conhecimento empírico, a prática ensina muito. A educação musical continua sendo minha principal atividade, hoje trabalho boa parte do tempo como orientador de atividades musicais no Sesc Cadeião Londrina.



e)      Quais seus músicos e bandas preferidos? 

        Sempre difícil responder isso..kkk. Continuo apaixonado pelas bandas de rock inglesas do início dos anos 70, que me influenciaram a tocar um instrumento: Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin. Mais tarde me senti atraído pelo rock progressivo e instrumentistas com influências clássicas como: Yes, Jethro Tull, Genesis, Frank Zappa  e com a faculdade pude ter mais contato com o repertório brasileiro para violão, o jazz, o fusion e a música mais contemporânea no geral. Pat Metheny, Chick Corea, Paco de Lucia, Guinga, instrumentistas desse tipo foram nomes que tive contato mais próximos ao período que cursei a graduação, mas que sem dúvidas mudaram minha música de forma radical.



f)        O blog que está te entrevistando é realizador do batuque na caixa, um projeto que ensina música, teatro e literatura para crianças, adolescentes e jovens na periferia de Londrina, Cambé, Bauru e Indiaroba. Que recado você pode deixar a estes alunos? 

    Posso afirmar que a música é um caminho,  um ofício, uma profissão, dedique-se a ela e certamente terá uma companheira pra todas as horas, a música é alimento pra alma, aproveitem a oportunidade que lhes foi dada e descubra nisso uma trilha que irá levá-lo a lugares e pessoas, ela traz consigo muita coisa boa. Gosto de uma frase “a arte é a confissão de que a vida não basta


g)      Como é sua relação com outras artes? 

     Sempre adorei desenho, e achava que desenhava bem, até ver um amigo meu desenhar na adolescência, fiquei impressionado e descobri que era melhor eu tocar violão..kkk. Mas gosto de apreciar, trabalho num ambiente que tem exposições que são trocadas quase todo mês, então temos contato com muitos trabalhos diariamente. 

     O teatro apesar de frequentar menos, também gosto, aprecio mais aqueles que são menos auto-explicativos e que me deixam com a pulga atrás da orelha quando vou embora. A poesia confesso que não é meu forte, sou um leitor muito casual e geralmente de literatura, coisas técnicas ou biografias, mas respeito e admiro.  

      Tenho alguns trabalhos onde pude flertar mais diretamente com outras artes como foi o caso do espetáculo musical “Naquele Tempo” que co-escrevi o roteiro e foi apresentado na Fundação Cultural de Cambé no ano de 2013, compus algumas trilhas para curtas-metragens do amigo Wilson Inacio, e para um espetáculo de dança apresentado na França (Le Jeune Prince) dirigido pela amiga Murielle Datola, e também já compus uma trilha para um cd de poesias declamadas que sairá junto com o livro de uma poetisa paranaense chamada Eliane Negrão, esse foi um trabalho muito interessante e intrigante, gravado também no meu estúdio.



h)      Agradecemos a gentileza da entrevista. Deixamos o espaço aberto para que você mande um recado aos nossos leitores e deixe seus contatos nas redes sociais e seus discos nas plataformas digitais

Atravessamos um momento delicado agora, a falta de perspectiva e as mudanças repentinas pelas quais nossas vidas passaram nos últimos meses foram inimagináveis outrora. Portanto acredito que novos tempos estão por vir, tento ver isso com otimismo, certamente não seremos os mesmos, mas o tempo que estamos passando isolados certamente estão servindo para reflexão, auto-conhecimento, aproximação, e até auto-avaliação, uma vez que estávamos levando a vida quase de forma automática, não sei se as coisas irão mudar da água pro vinho depois, mas é certo que iremos lembrar de tudo isso pra sempre. Seguimos fazendo o que mais amamos seja lá de que forma.

Agradeço ao Aldo pelo espaço, podem me encontrar em todas as redes sociais, movimento quando posso meu canal do YouTube (Leo Nantes), meus discos estão no Spotify, Deezes, iTunes, etc.  

 Tem também meu site onde se encontra link pra todos os trabalhos www.leonantes.com.br
Abraço a todos


O jornalista Aldo Moraes (MTB  0010993 ) entrevistou Leopoldo Nantes
  

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