domingo, 24 de maio de 2020

KATSUCHIA MELO: CARTA ABERTA AO POVO DE RORAIMA

*Carta aberta aos cidadãos de Roraima e a quem mais interessar o destino das pessoas que aqui vivem* O flagelo da pandemia imposta pelo novo coronavírus expôs a já conhecida precariedade do sistema público de saúde de todo o País, e particularmente de alguns estados, a exemplo de Roraima, evidenciando a gestão ineficiente dos recursos que saem do bolso dos contribuintes (eu e você) para os cofres públicos. Não é segredo para ninguém que o governo do Estado prometeu pôr em funcionamento o Hospital de Campanha para atender exclusivamente pacientes infectados pelo coronavírus, cuja inauguração já foi adiada quatro vezes, porque afinal, uma estrutura de lona sem equipamentos e sem profissionais é só uma estrutura de lona, e não um hospital. Enquanto a inauguração é adiada 4 vezes, o número de pessoas infectadas aumentou quantas vezes? Os números oficiais dão conta que no sábado (23 de maio) Roraima registrou 65 novos casos, somando 2.439 infectados pela Covid-19. O avanço da pandemia em Roraima só não é mais escandaloso que a mesquinhez dos governantes que preferem agir nas sombras e fazer de palanque uma pilha de caixões com os corpos das vítimas da covid-19. Na noite deste sábado, familiares dos pacientes da UTI 2 do HGR, destinada a pessoas em tratamento de outras enfermidades, foram informados que uma comitiva de autoridades esteve no Hospital Geral de Roraima e pretendia transferir esses pacientes para o Loty Iris, à revelia das respectivas famílias e responsáveis. Essa decisão arbitrária deixou os familiares em total desespero, porque como é do conhecimento de todos, o hospital Loty Iris não possui UTI, e isso implicaria sentença de morte àqueles que não têm condições clínicas para serem transportados e que necessitam de tratamento intensivo. Ao receber tal denúncia, por volta das 22 horas, os familiares dos internados se dirigiram ao HGR na tentativa de obter informações mais precisas, e confirmaram que, de fato, há a intenção de transferência dos pacientes para o Loty Iris, mas não obtiveram mais detalhes de como será e em quais circunstâncias. Fato é que a transferência não foi feita na noite de ontem, e pairou a seguinte dúvida: *se os familiares não tivessem corrido ao HGR, a transferência dos pacientes teria sido consumada na calada da noite, por decisão política e não por decisão médica?* Essa é uma das muitas perguntas que os cidadãos de Roraima devem fazer às autoridades públicas do Estado. Não esperem ter um familiar dependendo de tratamento médico, como é o meu caso que tenho o meu irmão, o professor Jeová Silva de Melo, servidor do Estado, e que está internado há 38 dias na UTI 2 do HGR, agora sob a ameaça de transferência para um hospital sem os equipamentos necessários. Vamos acionar o alerta máximo ou vamos calar a “boca dourada” enquanto transbordam de lágrimas os “grandes lagos que são teus olhos", Roraimeira? _Katiuscia Melo_ RG: 156.128 SSP/RR Irmã do paciente do leito 16

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