O filósofo e historiador Décio Andriotti,
referência na pesquisa da história da música erudita no Rio Grande do
Sul, morreu na manhã de domingo (29/04) em Milão, na Itália, aos 85 anos.
Desde dezembro, Andriotti estava internado na cidade italiana em razão
de um acidente vascular cerebral (AVC) e não resistiu a complicações em
seu quadro.
Figura ativa em
concertos e óperas da cena porto-alegrense, Andriotti costumava ir duas
vezes por ano à Europa para assistir ao circuito erudito nas principais
capitais. Estava em solo italiano justamente para acompanhar a temporada
2018 quando passou mal. No retorno de suas viagens, costumava
distribuir um relatório com críticas sobre as apresentações, voltado
principalmente para amantes da música clássica e a jornalistas da
cultura.
Formado em Letras e Filosofia e
pós-graduado em História da Arte, Andriotti foi também professor escolar
de matemática. Fez da paixão pela música erudita e pela cultura se
transformarem em sua grande missão de vida, sem perder a conexão com a
educação. Dedicou-se a uma longa pesquisa sobre a história da música
erudita no Rio Grande do Sul, feita em arquivos e bibliotecas de cidades
do interior do Estado – há textos seus em coletâneas gaúchas sobre a
cultura e a música do sul.
Foi
responsável por ministrar cursos sobre música em diferentes
instituições da Capital, onde fez muitos amigos e criou uma rede de
contato de apaixonados pela música erudita. Também foi professor do Liceu Musical Palestrina,
que ficou em atividade durante mais de 60 anos, a partir de 1938, e
formou diversas gerações de músicos no Estado. Até o ano passado,
circulava como convidado de sessões de cinema comentadas ou de
bate-papos sobre a cena da música clássica.
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