Dos 500 selecionados, 200 foram na categoria "Mestres e Mestras", 
200 na categoria "Grupos/Comunidades", 80 na categoria "pessoas 
jurídicas sem fins lucrativos" e 20 herdeiros de mestres já falecidos (In Memorian).
 O Grupo Afrolage, do Rio de Janeiro (RJ), foi um dos 151 premiados na 
região Sudeste, do total de 500 selecionados em todo o País. Idealizado 
pela professora e coreógrafa Flávia Souza, busca dar visibilidade à 
cultura de matriz afro-brasileira, por meio de manifestações culturais 
como o Jongo, a Capoeira Angola, o Maracatu, o Côco e o Samba de Roda. 
Todo último domingo do mês, seus membros promovem, de forma voluntária, 
um encontro na Praça Agripino Grieco, Zona Norte da capital fluminense. 
Com 12 integrantes, o grupo reune até 100 pessoas.
 Na região Sul, o Boizinho da Praia foi um dos contemplados. No 
município Cidreira (RS), trata-se de um folclore da cultura popular 
local. A manifestação havia caído em desuso por mais de 50 anos e foi 
resgatada, registrada e socializada pelo Mestre Ivan Therra. Ainda no Sul (Paraná), o batuque na caixa recebeu nota máxima por sua história que se mistura com a trajetória do músico Aldo Moraes, seu fundador.
 No Centro-Oeste, a Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, em Alto Paraíso 
de Goiás (GO), foi uma das selecionadas. Fundada em 1997, na pequena 
Vila de São Jorge, os idealizadores buscavam um espaço democrático para 
as manifestações da cultura popular tradicional. Sede e precursora do 
Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, a Casa de 
Cultura ficou conhecida em todo o país por acolher, anualmente, as 
manifestações artísticas e expressões culturais do povo simples 
brasileiro. A Catira e a Curraleira, executadas pelos foliões de São 
João da Aliança; a Sussa dançada pelos Calungas do Vão do Moleque e do 
Vão das Almas; o Lundu e o Batuque, representados pelo grupo A Caçada da
 Rainha, de Colinas do Sul; e o Congo, encenado pela comunidade de 
Niquelândia, são alguns dos exemplos mais emblemáticos das expressões 
artísticas que se apresentam anualmente.
 No 
Nordeste, o mestre Severino Vitalino, natural de Caruaru (PE), também 
foi agraciado pelo prêmio. Com o pai, o consagrado mestre Vitalino, 
aprendeu a modelar o barro e retratar personagens e bonecos da realidade
 local. As obras de Mestre Vitalino podem ser vistas no Museu do Barro 
de Caruaru, em Pernambuco; e no Museu Casa do Pontal, o mais importante 
museu de arte popular do Brasil, no Rio de Janeiro. O mestre criou uma 
narrativa visual expressiva sobre a vida no campo e nas vilas do 
nordeste pernambucano. Realizou esculturas antológicas, como "o enterro 
na rede", "cavalo marinho" e "casal no boi", entre outras.
 Já na região Norte, o "botador de boi", repentista, cantador de 
carimbó, compositor de sambas, poeta e pescador Mestre Damasceno foi um 
dos premiados. Ele criou, a exemplo do boi-bumbá, o "Búfalo-Bumbá" de 
Salvaterra. A escolha do búfalo se deu por ser um símbolo da paisagem de
 Marajó. Trata-se de uma brincadeira coletiva, que percorre as ruas da 
cidade duas vezes por ano, em junho e agosto.

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