Ministro Sérgio Sá Leitão se reuniu com líderes de comunidades tradicionais de terreiros (Foto: Janine Moraes/Ascom MinC) |
O Ministério da Cultura (MinC) vai encaminhar pedido de reconhecimento
do candomblé e da umbanda como patrimônio cultural do Brasil. O anúncio
foi feito pelo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, nesta sexta-feira
(27), no Rio de Janeiro, durante encontro com líderes de comunidades
tradicionais de terreiros.
O ministro
participou do debate "O lugar da tolerância religiosa e da religiosidade
de matriz africana nas políticas culturais", organizado por líderes de
comunidades tradicionais, que apresentaram uma agenda com sete propostas
dos terreiros. Sá Leitão anunciou também a constituição de um grupo de
trabalho integrado por representantes do MinC, de entidades vinculada e
das comunidades tradicionais de terreiros para dar encaminhamento à
agenda.
O reconhecimento de uma manifestação
como patrimônio brasileiro é feito pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Os líderes religiosos também
pediram a inscrição do candomblé e da umbanda como patrimônio mundial.
Sá Leitão disse que o grupo de trabalho vai cuidar do encaminhamento do
processo na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco).
O debate reuniu cerca de
100 pessoas ligadas às religiões de matriz africana. Após receber a
pauta das comunidades de terreiro, Sá Leitão disse que a missão do MinC é
contemplar a diversidade cultural e a pluralidade do país. "Minha visão
sobre cultura e sobre sociedade é a visão da diversidade e da
pluralidade. A gente precisa construir uma sociedade realmente
democrática e inclusiva no Brasil, com espaço para todos,
independentemente do credo, da ideologia e da cor. Ainda temos a
caminhar nessa direção", afirmou.
Na agenda
das comunidades, além do reconhecimento do candomblé e da umbanda como
patrimônio histórico, estão inclusão dos terreiros nas políticas
públicas culturais, adoção do conhecimento e dos elementos afro nas
escolas, implantação de plataforma de identificação das comunidades de
terreiros para criar uma rede de cultura e negócio entre elas, realizar
pesquisa nacional das comunidades tradicionais de terreiros e promover a
integração das comunidades brasileiras com terreiros internacionais.
"Entendemos que grande parte da cultura que existe hoje no nosso país
nasceu dentro das comunidades de terreiros. A gente tem o afoxé, o samba
de roda, o jongo, a culinária, o artesanato, a capoeira. Estamos
fazendo uma mobilização de fortalecimento e capacitação da nossa
cultura. Por isso, são necessárias políticas públicas voltadas para a
cultura produzida dentro das comunidades de terreiro", disse Rogério
Humbono, presidente do Instituo Onikoja.
Além
de criar o grupo de trabalho, Sá Leitão disse que recorrerá aos
ministros Mendonça Filho (Educação) e Aloysio Nunes Ferreira (Relações
Exteriores) para tratar das propostas que envolvem a rede de ensino e
relações com as comunidades internacionais de terreiros,
respectivamente.
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura
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