O presidente colombiano Juan Manuel Santos ganhou o Prêmio Nobel
da Paz pelo esforço de pacificação do país, que vive uma guerra civil
que já dura mais de 50 anos. Ele foi um dos líderes da negociação que
chegou ao acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (Farc). O acordo, entretanto, foi rejeitado em referendo. O
anúncio da premiação foi feito nesta sexta-feira (7), em Oslo, na Noruega.
O acordo de 297 páginas,
que foi elaborado durante 4 anos em Havana, aconteceu após três
tentativas fracassadas durante os governos de Belisario Betancur, César
Gaviria e de Andrés Pastrana. A vitória do “Não”
no plebiscito tinha sido considerada um duro golpe ao governo de Santos
e teria colocado em dúvida o sucesso do processo para superar o
conflito.
O resultado apertado das urnas – 50,21% para o "Não" e 49,78% para o
"Sim" – evidencia um país dividido sobre como alcançar a paz que todos
dizem almejar. Grupos contrários ao acordo, liderados pelo ex-presidente
Álvaro Uribe, acusam o governo de ceder demasiadamente à pressão das
Farc e de deixar abertura para que os guerrilheiros não sejam punidos.
Apesar da rejeição, o cessar-fogo continua.
Santos se formou em Harvard. Ele vem de uma das famílias mais ricas da
Colômbia, segundo a agência Associated Press. Como ministro da Defesa há
uma década, ele foi responsável por alguns dos maiores reveses
militares das Farc, incluindo uma incursão em 2008 na região da
fronteira com o Equador, que resgatou três norte-americanos mantidos em
cativeiro e que deixou um importante líder das Farc morto.
O conflito na Colômbia provocou a morte de 260 mil pessoas e deixou
quase 7 milhões de deslocados internos e 45 mil desaparecidos.
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