quarta-feira, 9 de março de 2016

VIDA E OBRA DE NANÁ VASCONCELOS

Naná Vasconcelos é o homenageado do carnaval 2013. (Foto: Sérgio Figueirêdo/ Prefeitura do Recife)Naná Vasconcelos foi o homenageado do carnaval 2013 (Foto: Sérgio Figueirêdo/ Prefeitura do Recife)
 

Apelidado de Naná pela avó, a música sempre foi a mola propulsora de Juvenal de Holanda Vasconcelos. Ele não media palavras para descrever seu amor e conexão com ela. Era como se a música fosse a energia, a batida, que movia o coração do percussionista.

No ano de 1960, Naná deixou o Recife e foi morar no Rio de Janeiro, onde gravou dois discos com Milton Nascimento. Com o cantor Geraldo Azevedo, viajou para São Paulo para participar do Quarteto Livro, que acompanhou Geraldo Vandré no icônico Festival da Canção.

Naná Vasconcelos comanda primeiro ensaio de maracatu para o carnaval (Foto: Thays Estarque/ G1) 
Naná comandando ensaio de maracatu para
o carnaval (Foto: Thays Estarque/ G1)
 
A obra de Naná foi propagada e respeitada dentro e fora do Brasil. Ele fez parte do grupo Jazz Codona, com o qual lançou três discos. Chegou a gravar com B.B King, com o violinista francês Jean-Luc Ponty e com a banda Talking Heads, liderada por David Byrne, um dos grupos precursores do movimento "new wave". Nacionalmente, ele participou de álbuns de Milton Nascimento, Caetano Veloso, Marisa Monte e Mundo Livre S/A.

O pernambucano também fez trilhas sonoras para filmes nacionais e norte-americanos. Foi eleito oito vezes, por revistas especializadas em música nos Estados Unidos, como o melhor percussionista do mundo.

Em contraponto, por sempre acreditar que a música podia transformar e melhorar a vida das pessoas, também era um humanitário nato. Naná foi responsável por criar diversos projetos sociais como o "Língua Mãe", que reuniu crianças de três continentes: América do Sul, Europa e África. Naná também defendia levar a música para dentro das comunidades carentes do Recife como forma de incentivo à educação e cultura.

Há 15 anos, a abertura do carnaval do Recife seguia sob o comando firme e talentoso de Naná. Com 12 maracatus, 600 batuqueiros e o coral Voz Nagô, o marco ocorria sempre na sexta-feira de carnaval, levando magia e beleza para a multidão de foliões. Um espetáculo que só a criatividade de Naná e a força do carnaval pernambucano podiam criar.

Naná Vasconcelos retorna ao palco do Marco zero para participação no show comando por Maestro Forró (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)Naná Vasconcelos com Elba Ramalho no carnaval do Recife (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)

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