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Nascido em 17 de maio de 1866, na França, Erik Satie entrou no Conservatório de Paris em 1879, abandonando os
estudos logo depois. Tornou-se, então, pianista de cafés, freqüentando a
boêmia do bairro de Montmartre. Em 1891 conheceu Debussy, de quem se tornou amigo.
Abandonou Montmartre em 1898, passando a viver na solidão, no subúrbio de Arcueil, retomando em 1905 os estudos na Schola Cantorum, onde foi discípulo do compositor Albert Roussel. Pouco antes de morrer, patrocinou um grupo de jovens músicos conhecidos como École d'Arcueil.
Satie viveu na pobreza. Ascética como sua vida foi também a sua concepção musical. Seu ódio à grandiloqüência conduziu-o a uma delimitação radical dos meios expressivos e da articulação original. Sua obra, de proporções reduzidas, ocupa um lugar único, exclusivo, na história da música moderna. O valor básico de sua obra repousa em sua originalidade.
Excêntrico sem par, solitário que não aderiu a qualquer grupo, humorista sarcástico, Satie estendeu esse espírito à própria arte, dando títulos extravagantes às suas obras e enchendo as notações musicais de comentários absurdos.
Sua atitude exterior foi a de um clown, sendo, por isso, detestado por muitos como mistificador e endeusado por outros como vanguardista. Combinou estranhamente o misticismo e o humor, o music hall e o cantochão. Sua atitude, na arte, foi anti-retórica e de um anti-sentimentalismo extremo. A linguagem de seus títulos corresponde, de fato, à linguagem de sua música.
Associada às Sonneries de La Rose-Croix para piano está a Missa dos pobres, de 1895, para vozes e órgãos, onde Satie contrasta harmonias cromáticas requintadas com a simplicidade e a impessoalidade do cantochão.
Um novo período relaciona a pantomima musical Jack in the Box com peças pianísticas de café-concerto. Depois, os títulos se tornam cada vez mais extravagantes. Satie especula sobre a linguagem musical na obra Embriões dissecados, de 1913, utilizando-se ironicamente de pastichos, parodiando a Marcha fúnebre de Chopin.
Peças pianísticas posteriores continuam essa linha de antilinguagem musical, mas outras, como os Nocturnes, de 1919, retomam a emotividade contida das Trois gnossiennes.
Em 1916, o balé Parade causou escândalo, pela repetição proposital dos padrões rítmicos e pela intercalação de sons não musicais (ruídos de uma máquina de escrever), mas numa simetria arquitetônica rigorosa.
Semelhantes tentativas de expressão musical alheias às associações convencionais se produzem nos balés Repouso, de 1924. Mas é com Socrate, drama sinfônico para quatro solistas e orquestra de câmara, que Satie chega à sua experiência mais pessoal. Uma harmonia severa, extremamente despojada, acompanha a linha vocal do cantochão.
Socrate é composta dentro de padrões lineares, objetivos, sem qualquer tentativa de efeitos dramáticos. Mas o efeito final é contrário, sentindo-se a dramaticidade contida da obra. A ironia desaparece e cede lugar a um despojamento total - exatamente o objetivo da concepção de arte de Satie.
Abandonou Montmartre em 1898, passando a viver na solidão, no subúrbio de Arcueil, retomando em 1905 os estudos na Schola Cantorum, onde foi discípulo do compositor Albert Roussel. Pouco antes de morrer, patrocinou um grupo de jovens músicos conhecidos como École d'Arcueil.
Satie viveu na pobreza. Ascética como sua vida foi também a sua concepção musical. Seu ódio à grandiloqüência conduziu-o a uma delimitação radical dos meios expressivos e da articulação original. Sua obra, de proporções reduzidas, ocupa um lugar único, exclusivo, na história da música moderna. O valor básico de sua obra repousa em sua originalidade.
Excêntrico sem par, solitário que não aderiu a qualquer grupo, humorista sarcástico, Satie estendeu esse espírito à própria arte, dando títulos extravagantes às suas obras e enchendo as notações musicais de comentários absurdos.
Sua atitude exterior foi a de um clown, sendo, por isso, detestado por muitos como mistificador e endeusado por outros como vanguardista. Combinou estranhamente o misticismo e o humor, o music hall e o cantochão. Sua atitude, na arte, foi anti-retórica e de um anti-sentimentalismo extremo. A linguagem de seus títulos corresponde, de fato, à linguagem de sua música.
Despojamento total
A parte mais característica da obra de Satie é a música para piano. Seu período inicial é o das danças, que compreende as Trois sarabandes, Trois gymnopédies e Trois gnossiennes, compostas entre 1887 e 1890, todas de harmonias extremamente delicadas.Associada às Sonneries de La Rose-Croix para piano está a Missa dos pobres, de 1895, para vozes e órgãos, onde Satie contrasta harmonias cromáticas requintadas com a simplicidade e a impessoalidade do cantochão.
Um novo período relaciona a pantomima musical Jack in the Box com peças pianísticas de café-concerto. Depois, os títulos se tornam cada vez mais extravagantes. Satie especula sobre a linguagem musical na obra Embriões dissecados, de 1913, utilizando-se ironicamente de pastichos, parodiando a Marcha fúnebre de Chopin.
Peças pianísticas posteriores continuam essa linha de antilinguagem musical, mas outras, como os Nocturnes, de 1919, retomam a emotividade contida das Trois gnossiennes.
Em 1916, o balé Parade causou escândalo, pela repetição proposital dos padrões rítmicos e pela intercalação de sons não musicais (ruídos de uma máquina de escrever), mas numa simetria arquitetônica rigorosa.
Semelhantes tentativas de expressão musical alheias às associações convencionais se produzem nos balés Repouso, de 1924. Mas é com Socrate, drama sinfônico para quatro solistas e orquestra de câmara, que Satie chega à sua experiência mais pessoal. Uma harmonia severa, extremamente despojada, acompanha a linha vocal do cantochão.
Socrate é composta dentro de padrões lineares, objetivos, sem qualquer tentativa de efeitos dramáticos. Mas o efeito final é contrário, sentindo-se a dramaticidade contida da obra. A ironia desaparece e cede lugar a um despojamento total - exatamente o objetivo da concepção de arte de Satie.
FONTE: Enciclopédia Mirador Internacional
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