Foto: Mário Luiz Thompson 
Abelim Maria da Cunha, verdadeiro nome de Ângela
    Maria, nasceu em Macaé, RJ, em 13 de maio de 1929. Filha de pastor protestante, passou a
    infância nas cidades fluminenses de Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti, e
    desde menina cantava em coro de igrejas. Foi operária tecelã, mas sonhava com o radio,
    embora a família – por princípios religiosos – fosse contra a carreira
    artística. Por volta de 1947, começou a freqüentar programas de calouros. 
Apresentou-se
    no Pescando Estrelas, de Arnaldo Amaral, na Radio Clube do Brasil (hoje Mundial), na Hora
    do Pato, de Jorge Curi, na Radio Nacional, e no programa de calouros de Ari Barroso, na
    Rádio Tupi. Usando o nome de Ângela Maria, para não ser descoberta pela família,
    participou também do Trem da Alegria, dirigido pelo "Trio de Osso" (os
    magérrimos Lamartine Babo, Iara Sales e Heber de Bôscoli), na Radio Nacional. Logo sua
    voz foi se tornando conhecida dos ouvintes, o que dificultou sua participação nesses
    programas, pois ela estava deixando de ser caloura.
Nessa época, era inspetora de
    lâmpadas numa fabrica da General Eletric e, decidindo tentar realmente a carreira de
    cantora, abandonou a família e foi morar com uma irmã no subúrbio de Bonsucesso. Em
    1948 conseguiu lançar-se como crooner no Dancing Avenida. Em sua noite de estreia,
    cantou Olhos verdes (Herivelto Martins e Benedito Lacerda). No dancing, foi
    ouvida pelos compositores Erasmo Silva e Jaime Moreira Filho, que a apresentaram a
    Gilberto Martins, diretor da Radio Mayrink Veiga. Feito o teste, começou carreira na
    emissora, interpretando musicas de Othon Russo e Ciro Monteiro, compositores que a
    ajudaram a criar um repertório pessoal, abandonando a influência de Dalva de Oliveira.
    Firmando-se a partir de 1950 como intérprete, em 1951 estreou em disco com Sou feliz
    (Augusto Mesquita e Ari Monteiro) e Quando alguém vai embora (Ciro Monteiro e Dias
    Cruz), na Victor. No ano seguinte, sua gravação do samba Não tenho você (Paulo
    Marques e Ari Monteiro) bateu recordes de venda, marcando o primeiro grande sucesso de sua
    carreira. 
Durante a década de 1950, atuou intensamente no rádio, apresentando-se na
    Radio Nacional, nos programas de César de Alencar e Manuel Barcelos, e na Rádio Mayrink
    Veiga, como a estrela de A Princesa Canta, nome derivado de seu titulo de Princesa do
    Radio, um dos muitos que recebeu em sua carreira. Em 1954, em concurso popular, tornou-se
    a Rainha do Rádio, e no mesmo ano estreou no cinema, participando do filme Rua sem sol,
    de Alex Viany. Apelidada Sapoti pelo presidente Getúlio Vargas, tornou-se a cantora mais
    popular do Brasil durante a década de 1950, alcançando os maiores êxitos com os
    sambas-canções Fósforo queimado (Paulo Marques, Milton Legey e Roberto Lamego),
    Vida de bailarina (Américo Seixas e Chocolate), Orgulho (Valdir Rocha e Nelson
    Wederkind), Ave Maria no morro (Herivelto Martins) e Lábios de mel (João
    Vilaça Júnior e Nage), alem da canção afro-cubana Babalu (Margarita Lecuona). 
 Voltando a gravar na RCA Victor em fins da década de 1950, em 1963 viajou para Portugal e
    África, cantando para soldados portugueses que então lutavam nas colônias. Um de seus
    grandes êxitos na segunda metade da década de 1960 foi a canção Gente humilde
    (Garoto, Chico Buarque e Vinícius de Moraes). Em 1975, com 25 anos de uma carreira de
    muitos sucessos, preferia apresentar-se em clubes do interior ou em churrascarias das
    grandes cidades, ambientes onde, ao contrario da televisão e das boates sofisticadas,
    sentia mais de perto a reação do povo. 
Em 1979, com João da Baiana, participou do
    documentário Maxixe, a dança perdida, de Alex Viany. Em 1982 foi lançado o LP
    Odeon com Ângela Maria e Cauby Peixoto, primeiro encontro em disco dos dois
    intérpretes. Em 1992 apresentou-se com Cauby no show Canta Brasil, com grande
    sucesso de publico, sendo lançado em disco Ângela e Cauby ao vivo (RCA/BMG,
    1992).
Considerada, ao lado de Elis Regina, uma das mais puras vozes da musica
    popular brasileira, continua a apresentar-se em espetáculos e em televisão.
Biografia: 
 Enciclopédia
    da Música Brasileira 
Art Editora e PubliFolha
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