Um show reunindo diversas gerações de artistas, para prestar
tributo a um dos maiores nomes da música brasileira em todos os tempos: o multiinstrumentista
cearense Zé Menezes. Essa é a atração esta quarta-feira, 13/5, às 20h, no
Theatro José de Alencar, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do
Ceará. Com entrada franca, a apresentação, que reúne virtuosos como o bandolinista
Jorge Cardoso, o violonista e guitarrista Tarcísio Sardinha, o pianista Tito
Freitas, o violinista Humberto de Castro, o saxofonista e flautista Marcio
Resende e o percussionista Pantico Rocha, será gravada para o lançamento de um
DVD destinado a contribuir para a memória sobre o autor do clássico “Nova
Ilusão”, do tema de abertura do programa “Os Trapalhões” e de contribuições
instrumentais a inúmeros discos e shows.
O show “Tributo a Zé Menezes”, realizado pela Lumiar
Produções, leva ao palco do Theatro José de Alencar, mais simbólico e tradicional
espaço das artes no Ceará, uma grande homenagem ao músico nascido no município
de Jardim, que se apresentou pela primeira vez em Fortaleza justamente no TJA.
O DVD a ser gravado com o show desta quarta-feira também incluirá depoimentos
de artistas e de outras pessoas ligadas ao mestre das cordas populares.
Os músicos participantes do Regional fixo, que subirá ao
palco, sob a direção musical de Tarcísio Sardinha, são Pantico Rocha (bateria e
pandeiro), Tito Freitas (piano), Nélio Costa (contrabaixo acústico), Humberto
de Castro (violino, spalla da Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho), Cleylton
Gomes (flauta e flautim), Hoto Júnior (percussão). Além de Chico do Cavaco,
Marcio Resende (sax e flauta), Rômulo Santiago (trombone) e Giltácio Santos (clarinete).
Haverá ainda convidados muito especiais, como Jorge Helder
(baixista que toca com Chico Buarque e Maria Bethânia), Jorge Cardoso
(bandolinista de formação e renome na Italia), Macaúba (bandolinista mestre do
choro cearense) Carlinhos Patriolino (guitarrista e bandolinista aclamado no
Ceará), Adelson Vianna (um dos mais aplaudidos acordeonistas do Brasil). Nas
vozes, o talento de Marta Aurélia e do também compositor e violonista Jotabê.
Mais sobre Zé Menezes
José Menezes de França ou simplesmente Zé Menezes, maestro,
arranjador, compositor e multiinstrumentista, nasceu em 6 de setembro de 1921 e
faleceu em 31 de julho de 2014. Com um talento precoce, aos oito anos de idade
já tocava cavaquinho profissionalmente no cinema de Juazeiro do Norte, época em
que também se apresentou para o Padre Cícero e compôs sua primeira música:
“Meus oito Anos”. Aos 11, tornou-se músico na Banda Municipal de Juazeiro do
Norte.
Com um talento incontestável e vontade de expandir sua
vocação, Zé Menezes partiu para Fortaleza, onde inicialmente trabalhou como
alfaiate. Depois, fez contatos com outros músicos e criou um regional, e na
sequência, foi contratado pela Ceará Rádio Clube que inaugurava o serviço de
ondas curtas. Através do radialista cearense César Ladeira recebeu um convite
para atuar na Rádio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, para onde seguiu na sua
profissional.
No Rio, formou o conjunto “Os Milionários do Ritmo”,
tornando-se solista de muito prestígio. Logo após, foi para a Rádio Nacional,
apresentando-se com Garoto, no programa “Nada além de dois minutos”. Além de
fazer dueto com Garoto, Zé Menezes trabalhou com outros grandes nomes, como
Radamés Gnatalli, mesmo período escreveu a música “Nova Ilusão”, juntamente com
o já consagrado letrista Luiz Bittencourt, a qual foi gravada posteriormente
pelo grupo Os Cariocas, por Francisco Sergi & Orquestra, Dick Farney &
Quarteto e já na década de 90 pela cantora cearense Marta Aurélia.
Zé Menezes fez parte do Sexteto Gnatalli, no qual também
tocava a irmã do conceituado Maestro Radamés, Aída Gnatalli. Com o grupo,
excursionou por Paris, Londres, Oxford, Roma, Lisboa e Porto com bastante
sucesso.
Com a chegada da TV na década de 50 e o declínio do rádio na
década de 60, Zé Menezes mudou de atividade e tornou-se maestro na RCA Victor e
foi arranjador de Elizeth Cardoso, Ângela Maria, Gilberto Milfont, Miúcha, Tom
Jobim e muitos outros artistas da época, na MPB.
Ainda na década de 60, formou o grupo “Os Velhinhos
Transviados”, que fazia paródias de músicas antigas e modernas, além de
produzir novos arranjos para clássicos nacionais e internacionais. Com os
“Velhinhos Transviados”, grupo no qual era o solista tocando guitarra, gravou e
lançou até 1971, 13 LPs.
Já na década de 70, foi para a Rede Globo de Televisão,
primeiro como guitarrista, e logo, alçando o posto de maestro, arranjador e
diretor musical. Na nova função artística, permaneceu até 1992, quando se
aposentou como profissional da emissora. Nesse período, compôs trilhas e
vinhetas para programas de sucesso tais como “Chico City”, “Viva o Gordo” e “Os
Trapalhões”, este último, tema que permanece no inconsciente coletivo dos
brasileiros, como uma de suas composições mais conhecidas e lembradas da
criação de Zé Menezes.
Serviço:
Tributo a Zé
Menezes. Show nesta quarta, 13/5, às 20h, no Theatro José de Alencar,
equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult). Com
gravação de DVD. Entrada franca. Informações: 8864.2237.
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