sábado, 21 de junho de 2014

UMA PROSA COM A POESIA DE FREDERICO BARBOSA

O poeta Frederico Barbosa foi o entrevistado de hoje no Programa Mundo Melhor, apresentado pelo também escritor Gabriel Chalita, na Rede Vida de Televisão.

As idéias do professor e crítico literário, a rotina do poeta e as aventuras do homem Frederico ilustraram e deram sabor ao programa. Chalita interviu e sugeriu direções exatas e a conversa seguiu pela importancia do livro e da leitura, a boa prosa dos contadores de histórias e os poemas e autores que marcam a vida de Barbosa.


Frederico Tavares Bastos Barbosa nasceu em Recife, Pernambuco, no dia 20 de fevereiro de 1961 e é cidadão honorário de Dois Córregos, SP. Em 1967 transferiu-se com a família para a cidade de São Paulo, onde mora até hoje. Viveu durante alguns períodos nos Estados Unidos, nas cidades de New Haven, Connecticut, Cambridge, Massachusetts e Austin, Texas.

Cursou Física na Universidade de São Paulo. Iniciou o curso de Grego na mesma universidade. Formou-se em Letras-Português em 1985. Abandonou, após completar todos os cursos, a pós-graduação em Literatura Brasileira na USP. Foi, durante alguns anos, crítico literário dos jornais Jornal da Tarde e Folha de S. Paulo. Publicou poemas em diversas revistas por todo o Brasil. Foi consultor e redator do volume Help! – Literatura, publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Atualmente é diretor da Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura e Sócio-Diretor da FB – Laboratório de Cultura Ltda.

Seu primeiro livro, Rarefato (Editora Iluminuras, 1990), foi escolhido pelos jornais O Estado de S. Paulo e O Estado de Minas (Belo Horizonte) como um dos melhores livros do ano. Seu segundo livro, Nada Feito Nada (Editora Perspectiva,1993), foi publicado na Coleção Signos,dirigida por Haroldo de Campos, e ganhou o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. Nos últimos anos, seus poemas têm sido traduzidos e publicados em coletâneas de diversos países, como os Estados Unidos, Austrália, México, Espanha e Colômbia.

Consultor técnico das coleções Ler é Aprender (O Estado de S. Paulo), Livros (O Globo, Rio de Janeiro) e Biblioteca ZH (Zero Hora, Porto Alegre), organizou para essas coleções, publicadas pela Editora Klick (São Paulo), vários volumes, entre eles, a coletânea Clássicos da Poesia Brasileira, os Poemas Escolhidos de Fernando Pessoa, Os Sonetos de Camões e os Contos Escolhidos de Artur Azevedo, além de assinar diversos dos estudos que acompanham as obras.

Em 2000 publicou Cinco Séculos de Poesia – Antologia da Poesia Clássica Brasileira, pela Landy Editora e o volume de poesia Contracorrente, pela Iluminuras.

Em 2001 preparou uma edição comentada dos episódios Inês de Castro e O Velho do Restelo, dos Lusíadas,de Camões (Landy Editora) e lançou o seu quarto livro de poemas, Louco no Oco sem Beiras – Anatomia da Depressão, pela Ateliê Editorial.

Em 2002 Frederico Barbosa publicou, em parceria com Claudio Daniel, a antologia de poesia brasileira contemporânea Na Virada do Século – Poesia de Invenção no Brasil (Landy Editora) e lançou o seu quinto livro de poemas, Cantar de amor entre os escombros, também pela Landy, para a qual criou e dirige a Coleção Alguidar.

Em 2004, lançou dois livros de poesia: uma antologia comemorando 25 anos de poesia, A Consciência do Zero (Lamparina) e, em parceria com Antonio Risério, o volume Brasibraseiro (Landy), que foi um dos vencedores do prêmio Jabuti de 2005.

Fundou e, entre 2008 e 2010, foi diretor executivo da Poiesis – Organização Social de Cultura, que administra a própria Casa das Rosas, a Casa Guilherme de Almeida e as Oficinas Culturais do Estado de São Paulo. Em junho de 2013, lançou, pela Iluminuras, o livro Na Lata, reunindo toda a sua produção poética de 1978 a 2013. É colunista da Rádio Estadão com o quadro Poesia Viva e, desde 2012, membro do Conselho Curador do Prêmio Jabuti, da CBL.

 

De
LOUCO NO OCO SEM BEIRAS
Anatomia da Depressão
São Paulo: Ateliê, 2001
ISBN 85-7480-076-7

o acordar é o
grave o

dia o
diabo o
diabólico o

sono o
sono o

horror o
chumbo o
mais que profundo o

todo o dia o
sempre o
diabo azul o
branco o

desespertador

---


começo-me
como quem grita sem
luz sem voz sem vis sem vez sem mais

desfocado
fora de faro
formigando em
câmera lenta

sem coragem
sem o que me dispare

vou

---

duas horas de sono
descompasso

quando muito duas horas

outras tantas horas
passo me decompondo

quantas muitas outras horas

passam com desdém
no eu opaco

horas
passam eu passo
a noite em branco
descompasso

---

talvez razão na insônia
talvez insânia

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