A obra de um artista pode ser dimensionada não só por seu talento ou capacidade de inovação, mas também pelo alcance que o trabalho ocupa em seu coração.
Emílio Santiago cantou um repertório romântico e de sambas conhecidos, sobretudo na série de discos Aquarela Brasileira.
Emílio tinha suavidade, balanço e equilíbrio: qualidades essenciais ao seu repertório e ao seu público.
Em tempos de banalização da arte, da música e mais ainda do canto popular, apenas estes fatores já seriam diferenciais.
Mas em Emílio Santiago somavam-se uma voz única e a dedicação cada vez mais fidelizada às canções que gravava e que eram nítidos: ele as amava. E dava-lhes o coração e tempo de maturação, tão necessários no trato com a arte.
O amor à canção popular do Brasil e uma voz privilegiada fazem dele um intérprete a ser lembrado e seguido pelas novas gerações de cantores. Eles precisam urgentemente ouvir seus discos e retomar um canto no qual possamos entender as letras e curtir o balanço das melodias!
Aldo Moraes (músico)
Londrina Paraná
composermoraes@hotmail.com
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