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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
LIVRO "TOM JOBIM - HISTÓRIAS DE CANÇÕES É LANÇADO AMANHÃ
Quase 18 anos após a morte de Tom Jobim --completos no próximo dia 8--, a impressão que se tem é que o assunto em torno de vida e obra de um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos já se esgotou. Nesta terça-feira (4), a partir das 18h30, Wagner Homem e Luiz Roberto Oliveira lançam o livro "Tom Jobim - Histórias de Canções" (ed. Leya), revelando que nem tudo já se falou sobre o compositor.
No livro, os autores traçam um panorama histórico e analítico sobre a obra do "biografado" a partir das composições do músico, seguindo o mesmo formato dos projetos anteriores de Wagner Homem, sobre Chico Buarque e Toquinho.
Em relação ao volume jobiniano, de fato não são muitas as novidades. Difícil escapar de um assunto que já fora tão esmiuçado em livros caudalosos de Ruy Castro, Sérgio Cabral, Ana Jobim, entre outros autores.
"O mérito do livro é a organização, simples e direta", diz Wagner Homem sobre a obra que levou dois anos para ficar pronta. "Assim que terminei o do Chico, queria fazer o do Tom, mas levou um tempo para fazer as negociações sobre direitos autorais. E acabei lançando o do Toquinho", completa o autor.
Outro mérito do livro de Wagner Homem e Luiz Roberto Oliveira é o fato de os autores não terem se limitado a pesquisas bibliográficas, mas também terem realizado entrevistas com viúvas de Jobim e músicos que conviveram com ele, como Roberto Menescal, Carlos Lyra, entre outros.
"Convidei o Luiz para fazer o livro comigo para que ele me ajudasse no aspecto musical. Além, claro, de ele ter convivido com o Tom, o que não aconteceu comigo", diz Wagner, que encontrou um pouco mais de facilidade em tocar o projeto sobre Chico Buarque, com quem ele teve contato, além de ter desenvolvido o site de Chico em 1998.
Entre as novidades mais interessantes do livro está o desmentido do "mito" sobre a ligação que Jobim recebera de Sinatra no fim da década de 1960, no bar Veloso. "Sempre tem muito folclore sobre essas histórias. As pessoas ouvem várias versões e decidem que uma delas é a correta. Encontramos um documento no Instituto Tom Jobim, por exemplo, que dizia que as negociações com o Sinatra já aconteciam desde 1964", diz o autor.
Outra passagem do livro joga luz sobre a composição "Tereza da Praia" (Jobim e Billy Blanco), que teria deixado Thereza, esposa de Tom na época, desgostosa com a repercussão pelo fato de a mulher retratada na canção não ser, digamos, uma moça de família. Além desta, os autores de "Tom Jobim - Histórias de Canções" analisam composições e suas versões.
O caso mais destacado é o de "Corcovado", que ganhou primeira versão em inglês feita por Buddy Kaye (o mesmo que fez versos estrangeiros para "O Barquinho", de Ronaldo Bôscoli e Roberto Menescal), mas que terminou com a versão definitiva de Gene Lees.
Destaque também para os álbuns de cantoras que gravaram a obra de Jobim no início da carreira do compositor. Neste sentido, o livro apresenta álbuns menos comentados, como "Por Toda Minha Vida" (1959), de Lenita Bruno, com arranjos de Leo Peracchi, e "Amor de Gente Moça" (1959), de Sylvia Telles.
Sobre os próximos projetos, Wagner Homem adianta. "Queria fazer o da Rita Lee, mas ainda não consegui contato com ela".
TOM JOBIM - HISTÓRIAS DE CANÇÕES
AUTORES Wagner Homem e Luiz Roberto Oliveira
EDITORA Leya
QUANTO R$ 44,90, em média
LANÇAMENTO nesta terça (4), a partir das 18h30 (grátis), na Livraria Cultura - Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073; tel. 0/xx/11/3170-4033
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