quinta-feira, 15 de novembro de 2012

PERDA: ESCRITOR ALCIONE ARAÚJO MORRE EM BELO HORIZONTE

O dramatugo, roteirista e escritor Alcione Araújo morreu na madrugada desta quinta-feira (15), em Belo Horizonte, aos 67.

Ele sofreu uma parada cardíaca e já estava morto quando a equipe médica chegou ao hotel onde se hospedava. Seu corpo será levado ao Rio de Janeiro, onde deve ser velado no Memorial do Carmo, nesta sexta, a partir das 11h. A cremação deve ocorrer às 16h.

Mineiro de Januária, cidade do norte de Minas a 585 km da capital, Araújo morava desde os anos 1970 no Rio.

Após ter se formado em engenharia, Araújo ingressou em um curso de formação de atores. Aos 29 anos teve sua primeira peça encenada, "Há Vagas para Moças de Fino Trato" (1974), sob a direção de Aderbal Freire-Filho --que também dirigiu "Bente-Altas, Licença para Dois" (1976), com José Mayer e Antonio Grassi no elenco.


Grassi e Mayer conheceram Araújo na capital mineira, onde ficaram amigos e começaram a se dedicar ao teatro no mesmo período.

"Ele tinha uma visão firme e muito sólida do que deveria ser sua produção artística. Estudava profundamente os assuntos de que queria tratar e não se contaminava por futilidades", conta Freire-Filho. Para Grassi, uma das grandes características do autor é que "ele era um grande estudioso". "Costumava fazer reuniões em sua casa para discutir política", conta o ator.

O diretor pretende montar uma peça inédita do autor, "Deixe que Eu Te Ame", escrita há cerca de oito anos.

"DOCE DELEITE"

A encenação da comédia "Doce Deleite" (1981), com Marília Pêra e Marco Nanini no elenco, foi um dos maiores sucessos de bilheteria dos anos 1980 no Rio e em São Paulo.

Marília Pêra elogia a forma com que Araújo se relacionava com os atores de suas peças. "Ele conduzia tudo com muita delicadeza", diz.

Em 1999, a obra teatral completa de Alcione Araújo foi lançada em três volumes pela editora Civilização Brasileira. Na apresentação, o diretor Domingos Oliveira o definiu como um autor de "disposição trágica".

Como escritor publicou os romances "Ventania" (2011)", cuja história se passava em uma estação inabitada numa cidade do interior, "Pássaros de Voo Curto" (2008) e "Nem Mesmo Todo o Oceano" (1998) e as reuniões de crônicas "Cala a Boca e Me Beija" (2010) e "Urgente é a Vida" (2005).

No cinema, foi premiado pelo roteiro de "Nunca Fomos Tão Felizes" (1984) nos festivais de Gramado e Brasília.

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