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segunda-feira, 9 de abril de 2012
MORRE MIKE WALLACE, JORNALISTA DO 60 MINUTES
O jornalista Mike Wallace, célebre apresentador do programa "60 Minutes", da emissora americana CBS, morreu na noite de sábado, aos 93 anos de idade. A informação foi divulgada pela CBS. Wallace se tornou conhecido pelo rigor e obstinação com que tratou seus entrevistados ao longo de seus 60 anos de carreira.
Em 1973, época do Watergate, ele leu diante de Johm Ehrlichman, assistente do presidente americano Richard Nixon, uma longa lista de acusações, de lavagem de dinheiro a obstrução de justiça. Em 1979, perguntou ao aiatolá iraniano Ruhollah Khomeini o que ele pensava de ter sido chamado de "lunático" pelo presidente do Egito, Anwar Sadat.
Ao presidente russo Vladimir Putin, disse que a Rússia não era uma real democracia. "Ele adorava o fato de que, se ele aparecesse para uma entrevista, as pessoas ficariam nervosas. Ele sabia, e ele sabia que todo mundo sabia, que ele iria em busca da verdade. E isso era o que o motivava", disse Jeff Fager, presidente da CBS News e por muito tempo produtor do "60 Minutes."
"Minha única arma é a pesquisa", dizia Wallace, apelidado de Mike Malice. Um de seus trabalhos inspirou o filme "O Informante" (1999): uma matéria na qual Jeffrey Wigand acusava a Brown & Williamson de intencionalmente adicionar nicotina aos cigarros para viciar os consumidores.
Wallace, que foi interpretado por Christopher Plummer, ficou insatisfeito com o filme, que o retrata como submisso à pressão para não divulgar a história - Wigand tinha um contrato de confidencialidade com a Brown & Williamson e a CBS temia que a entrevista pudesse levar a um processo judicial.
Vencedor de vários prêmios, incluindo Emmys, Wallace chegou a atuar no teatro e a trabalhar com publicidade, mas decidiu se dedicar ao jornalismo em 1962, depois da morte de um de seus filhos, então com 19 anos, em um acidente. Seu outro filho, Chris, seguiu a carreira do pai e apresenta o "Fox News Sunday".
O jornalista anunciou sua aposentadoria em março de 2006, mas prometeu que seguiria fazendo reportagens ocasionalmente. Entre suas últimas matérias estão o perfil que fez em maio de 2007 sobre Mitt Romney, que queria se candidatar à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, e a entrevista com Jack Kervokian, que saiu da prisão em junho de 2007 - ele havia sido preso por ter ajudado ao menos 130 pessoas com doenças terminais a cometer o suicídio. Wallace se afastou do trabalho a partir de 2008, depois de ser submetido a uma cirurgia cardíaca.
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