“O ouro afunda no mar/Madeira fica por cima/Ostra nasce do lodo/Gerando pérolas finas". Morreu na sexta-feira (30) à noite, aos 68 anos, Ederaldo Gentil, a pérola fina do samba raiz.
O corpo do músico foi enterrado neste sábado, às 16h, no cemitério Campo Santo, em Salvador (BA).
Segundo sua sobrinha, Monica Gentil, o sambista morreu de infecção generalizada após complicações intestinais. Ele foi internado na quinta-feira (28) no hospital Ernesto Simões, em Salvador, com fortes dores abdominais.
No auge da sua carreira, ao lado de Edil Pacheco e Batatinha, Gentil fez o show "O Samba Nasceu na Bahia" na década de 1970. Em 1974, participou do programa "Sambas da Bahia", da TV Cultura, dirigido por Fernando Faro, ao lado de Batatinha e Riachão -considerados os três grandes sambistas de raiz da Bahia.
O grupo Nosso samba, que acompanhava Clara Nunes, também gravou as músicas do compositor, de versos fortes.
Entre as composições do sambista estão "O Ouro e a Madeira", "Rose" ("O que é que houve com Rose, hein?"), "Identidade" ("05342635 é o meu número o meu nome/Minha identidade/Mínimo salário é o meu ordenado/12 horas de trabalho/Que felicidade") e "Luandê"("Lá na Bahia/Todo branco tem um nego na famia/Gegê, Bantu ou nagô/Seu doutor, vim de Luanda/Pra namorar a sua fia/Nego amor") e "Provinciano"("Provinciano era meu sorriso/Prefácio de um poeta que eu sonhava em ser/Fui fazendo versos/Fui rimando a vida").
Na década de 1980 caiu no ostracismo e entrou em depressão, apesar de lançar "Identidade", de forma independente, em 1983. Em 1999, Edil Pacheco gravou o CD "Pérolas Finas" de composições de Gentil com participações de João Nogueira, Beth Carvalho, Elza Soares, Carlinhos Brown e Gilberto Gil.
Em 2000, o selo Olori lançou a coletânea "Ederaldo Gentil - A Voz do Poeta".
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