segunda-feira, 17 de outubro de 2011

FESTIVAL DE TEATRO DE FORTALEZA APRESENTA COMPANHIA DO LATÃO

A Ópera dos Vivos é atração da primeira noite do evento, que irá promover

mais 30 apresentações, seminários e oficinas, por toda a cidade

O VII Festival de Teatro de Fortaleza – A Cidade como Palco, realizado pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Secultfor, estreia na segunda-feira (10/10) com um cortejo marcado por intervenções artísticas que sai da Praça José de Alencar, às 9h. A primeira noite do festival traz para o Theatro José de Alencar a “Ópera dos Vivos”, espetáculo da Companhia do Latão (SP), a partir das 19h.

Finalista do prêmio da revista Bravo! na categoria de melhor espetáculo do ano, a “Ópera dos Vivos” resulta de dois anos de pesquisa da companhia, combinando teatro, música e cinema para abordar a produção cultural dos anos 60 até os dias atuais, tendo como fio condutor uma reflexão sobre a mercantilização do trabalho artístico atual e sua ideologia.

O espetáculo é a consolidação de várias experiências em audiovisual iniciadas pelo grupo em meados de 2007, seguidas de uma ampla pesquisa que envolveu entrevistas com mais de 30 artistas dos anos 1960, tais como Chico de Assis, João das Neves, Helena Ignez, Nelson Xavier, e teóricos também. Além das entrevistas, na construção do texto, o diretor Sérgio de Carvalho, atores e equipe técnica se dedicaram a um intenso trabalho de leituras e experimentos cênicos.

A dramaturgia dialoga com elementos que marcaram a cultura brasileira no período do golpe militar, como o Cinema Novo de Glauber Rocha, a experiência do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), e a Tropicália, para citar algumas referências. Entre as muitas sendas abertas ao longo da pesquisa, o ensaio "Cultura e Política", de Roberto Schwarz, serviu de bússola para a fase final da pesquisa.

O espetáculo é composto por quatro atos com títulos irônicos – Sociedade Mortuária, Tempo Morto, Privilégio dos Mortos e Morrer de Pé - que poderiam ser apresentados de forma independente, mas que, interligados, dialogam por oposição, compondo um panorama representativo do trabalho da cultura nos últimos 50 anos do Brasil, antes e depois do golpe militar.

O espetáculo tem duração de 4h30mim e, devido ao seu caráter intimista, exige limitação no número de espectadores. No Theatro José de Alencar, os 100 convites disponíveis serão entregues gratuitamente por ordem de chegada, uma hora antes da apresentação. Haverá uma reapresentação na terça-feira, dia 11 de outubro, a partir das 19h, também no TJA, para a qual vale o mesmo procedimento de acesso.

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