Aos 69 anos, Roberto Carlos é saudado como um dos maiores artistas do mundo


Nesta segunda-feira, dia 19 de abril, o cantor e compositor Roberto Carlos completa 69 anos de vida e ainda no ritmo das comemorações em torno dos seus 50 anos de carreira.

Em matéria do The New York Times, escrita por Larry Rohter e publicada em 16 último, RC é descrito como o rei do pop do Brasil, autor de mais de 500 canções em parceria com Erasmo Carlos e mais de 100 milhões de álbuns vendidos. Semana passada, realizou uma série de shows nos EUA, em comemoração aos 50 anos de carreira.

Tendo vivido tragédias pessoais ( como a perda de parte da perna na infância; o filho cego, a morte de Maria Rita aos 38 anos e o transtorno obsessivo, do qual se curou), RC tem retratado o cotidiano e a vida romântica que sensibiliza milhões de brasileiros e que tem atraído cada vez mais a juventude.

Em seu especial de televisão, na Rede Globo, Roberto sempre contou com as participações mais inesperadas ( já foram ao programa, desde os companheiros de Jovem Guarda até Mc Leozinho, passando por Tom Jobim e Marina Lima ) e nos últimos anos, tem se dedicado a projetos temáticos como o disco" Roberto e Caetano cantam Tom Jobim" em que coloca sua voz pequena e perfeita dicção à serviço da obra do maestro soberano.

Quem questiona este trabalho, não entende que apesar de ter iniciado no velho rock dos anos 50, Roberto Carlos se transformou num cantor/compositor romântico e que pela qualidade de suas canções, chegou até à MPB. Com sua voz bem colocada, sem exageros, excelente dicção e espontaneidade, está bem à vontade com o perfil da Bossa Nova, que diga-se, recebe hoje interpretações mais livres e até fora de contexto. Portanto, neste perfil, RC está mais perto das origens da Bossa Nova do que muitos cantores da chamada Nova MPB.

Nos anos 60, explorou o mercado latino e utilizando sua intuição e gosto por Sinatra e Bennet, viu sua popularidade crescer muito e rivalizar com Julio Iglesias, sendo que sua música chegou até EUA e Europa. Também teve a satisfação de ver sua canção" Amigo" ser umas das preferidas do Papa João Paulo II e tocada em todas as visitas do Pontífice à América Latina.

É uma extraordinária carreira para um artista que começou cantando versões de sucessos norte-americanos e hoje tem canções entre as mais ouvidas e alguns dos versos mais belos da música brasileira, como " O portão, Detalhes, Café da manhã, Amada Amante, As canções que você fez prá mim e Fera Ferida".

* Na foto, o cantor com sua mãe imortalizada na canção " Lady Laura" e falecida, em 17 de abril.

( Aldo Moraes
composermoraes@hotmail.com )