quinta-feira, 23 de novembro de 2017

120 ANOS DO COMPOSITOR FRANCISCO MIGNONE



Francisco Paulo Mignone (São Paulo SP 1897 - Rio de Janeiro RJ 1986). Compositor, pianista, regente, professor, flautista. Inicia os estudos musicais com o pai, o imigrante italiano Alfério Mignone, professor de flauta do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo (CDMSP), músico de orquestra e regente. Com cerca de 10 anos, começa a estudar piano com Silvio Motto. Aos 13, passa a atuar como flautista e pianista condutor em orquestras de cinema. Também integra grupos de choro e compõe canções populares, assinando como Chico Bororó, pseudônimo que abandona após 1914.

Ingressa no CDMSP em 1912, e cinco anos mais tarde obtém os diplomas de flauta, piano e composição, tendo sido aluno de Savino de Benedictis (harmonia) e Agostino Cantu (harmonia, composição e contraponto). Ao longo do curso, exibe-se frequentemente como solista ao teclado. Em 1918, apresenta suas primeiras obras sinfônicas, cujo êxito lhe rende a bolsa de estudos com a qual parte em 1920 para a Europa, onde permanece por nove anos.

Em Milão, estuda compositor italiano Vincenzo Ferroni (1858 - 1934), ex-aluno do compositor francês Jules Massenet (1842 - 1912) no Conservatório de Paris, que o introduz nas técnicas composicionais francesas bem como na tradição operística italiana. Com orientação do mestre italiano, compõe a ópera em três atos O Contratador de Diamantes, 1921, cujo libreto, de Gerolamo Bottoni, inspira-se no drama homônimo de Afonso Arinos. Estreia no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 1924, e é bem recebida pelo público e pela crítica, especialmente a cena que mostra uma congada. Isso o encoraja a escrever sua segunda ópera, L'Innocente, concluída em 1927 e apresentada no Brasil no ano seguinte. Entre 1927 e 1928, realiza andanças pela Espanha, cujas sonoridades lhe inspiram algumas composições, como Suíte Asturiana.

De volta a São Paulo, em 1929, torna-se professor do CDMSP e se aproxima das propostas nacionalistas do ex-colega de conservatório Mário de Andrade, de quem se torna grande amigo. Um ano depois, grava em solo de flauta suas peças Num Vorto a Pé, Cantiga de Ninar e Contratador de Diamantes. Em 1932, casa-se com Liddy, filha do professor de piano Luigi Chiaffarelli. No fim do ano, muda-se para o Rio de Janeiro, e passa a lecionar no Instituto Nacional de Música.¹ Ali desenvolve importante carreira docente, formando regentes e compositores que se destacam no meio musical brasileiro, como Roberto Duarte e Ricardo Tacuchian. Registra ao piano dois tangos brasileiros de Ernesto Nazareth, Duvidoso e Brejeiro, em 1939. Em 1951, assume a direção do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e, em 1965, integra a Academia Brasileira de Música, que preside entre 1980 e 1985.

Na década de 1950, escreve para cinema, compondo as trilhas de Caiçara, 1950, e Menina Moça, 1951, ambos de Alberto Cavalcanti. Em 1959, recebe o Prêmio Saci de melhor composição por Sob o Céu da Bahia, 1957, de Ernesto Remani.

Um ano após a morte de Liddy, casa-se, em 1963, com a pianista paraense Maria Josephina, com quem desenvolve frutífera parceria em recitais a quatro mãos, incluindo um duo pianístico sobre a obra de Ernesto Nazareth, lançado em 1978. Segue atuando como regente e pianista até pouco antes de sua morte, que ocorre em 1986.

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