quinta-feira, 5 de outubro de 2017

TEATRO DE LUTO: MORRE RUTH ESCOBAR

A atriz e produtora Ruth Escobar morreu na tarde desta quinta-feira (5) aos 81 anos, informou a Associação de Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (Apetesp).

Maria Ruth dos Santos Escobar nasceu no Porto, em Portugal, em 1936, e se mudou para o Brasil em 1951. Ela foi uma das mais notáveis personalidades do teatro brasileiro, empreendedora de muitos projetos culturais, especialmente comprometidos com a vanguarda artística. 

Ruth Escobar montou a companhia Novo Teatro, com o diretor Alberto D'Aversa, e protagonizou peças escritas ou dirigidas pelo marido, Carlos Henrique Escobar. Ela foi a estrela de espetáculos como "Antígone América" (1962), "Mãe Coragem e Seus Filhos", de Bertolt Brecht, em 1960, e "Males da Juventude", de Ferdinand Bruckner, em 1961, ambas dirigidas por D'Aversa. 

Em 1964, passou a investir mais no teatro popular, transformando ônibus em palcos e levando peças para várias regiões de São Paulo, no projeto Teatro Popular Nacional. Na década de 60, produziu peças como "Júlio Cesar", de William Shakespeare. 

Nos anos 70, produziu peças como "Missa Leiga", de Chico de Assis, com direção de Ademar Guerra, em 1972. A montagem causou polêmica por ter sido proibida de utilizar a Igreja da Consolação como palco e acabou sendo encenada em uma fábrica. 

Nos anos seguintes, ela se dedicou ao Centro Latino-Americano de Criatividade e ao Festival Internacional de Teatro, em São Paulo. Outra iniciativa de Ruth foi a Feira Brasileira de Opinião, em 1976, com espetáculos dos mais importantes dramaturgos da época. O evento foi "interditado" pela censura.
Em 1977, ela voltou a atuar. Ela interpretou Ilídia de "A Torre de Babel" e trouxe a São Paulo o autor Fernando Arrabal para dirigi-la. 

A lista de peças ganha novos capítulos com "Caixa de Cimento", quando foi dirigida por Juan Uviedo, e "Fábrica de Chocolate, peça que ela produziu a partir de texto de Mario Prata sobre a tortura.
Nos anos 80, ela deu uma pausa na carreira e foi eleita duas vezes deputada estadual. Na mesma década, em 1987, lançou o livro "Maria Ruth - Uma Autobiografia". Em 1990, retornou aos palcos, numa encenação de Gabriel Villela, de Relações Perigosas, de Heiner Müller. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário