quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

RADUAN NASSAR RECEBE PRÊMIO CAMÕES E DEFENDE GOVERNO DILMA

Há muito Raduan Nassar abandonou a literatura pela agricultura, não sem antes deixar duas obras-primas: Lavoura Arcaica (1975) e Um Copo de Cólera (1978), ambas com elogiadas versões cinematográficas. Por esses livros breves, mas de estilo único e alta voltagem psicológica, recebeu o maior prêmio para autores de língua portuguesa no mundo, o Camões.
A cerimônia de entrega nessa manhã, no Museu Lasar Segall, em São Paulo, não foi, porém, um evento de mera cordialidade, mas um evento político. O que reflete a coerência do escritor.
Em seu discurso, reproduzido abaixo, Nassar acusa abertamente o golpe dado pelo governo em exercício com o afastamento da presidenta Dilma Roussef, critica a atuação de Alexandre de Moraes na repressão às manifestações democráticas em São Paulo e sua nomeação para o STF, e, entre outras coisas, aponta a hipocrisia com que foi garantido o foro privilegiado a Moreira Franco.
Sua fala foi muito aplaudida e acompanhada por gritos de “Fora Temer”. Entre os presentes estavam os escritores Milton Hatoum e Estevão Azevedo, a filósofa Marilena Chauí, o ex-chanceler Celso Amorim e o jornalista Mino Carta, além de Luiz Schwarcz, presidente da Companhia das Letras, editora que publica os livros de Nassar, e sua esposa, a antropóloga Lília Moritz Schwarcz.

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