sábado, 25 de julho de 2015

CARLOS GOMES: PERFIL

Carlos Gomes (1836-1896) foi um maestro e compositor brasileiro. Autor da ópera "O Guarani", inspirada na obra do mesmo nome, escrita por José de Alencar. A música de Carlos Gomes, de temática brasileira e estilo italiano, inspirada basicamente nas óperas de Giuseppe Verdi, ultrapassou as fronteiras do Brasil e triunfou junto ao público europeu.

Antônio Carlos Gomes nasceu em Campinas SP, em 11 de julho de 1836. Estudou música com o pai e fez sucesso em São Paulo com o "Hino Acadêmico" e com a modinha "Quem sabe?" (Tão longe, de mim distante"), de 1860. Continuou os estudos no conservatório do Rio de Janeiro, onde foram apresentadas suas primeiras óperas: "A noite do castelo" (1861) e "Joana de Flandres" (1863).

Com uma bolsa de estudos para o conservatório, estudou em Milão com Lauro Rossi e diplomou-se em 1866. Em 19 de março de 1870 estreou no Teatro Scala de Milão com sua ópera mais conhecida, "O guarani", baseada no romance do mesmo nome, de José de Alencar. Encenada depois nas principais capitais europeias, essa ópera consagrou o autor e deu-lhe a reputação de um dos maiores compositores líricos da época.

O sucesso europeu de O Guarani repetiu-se no Brasil, onde Carlos Gomes permaneceu por alguns meses antes de retornar a Milão, com uma bolsa de estudos oferecida por D. Pedro II, para iniciar a composição "Fosca", melodrama em quatro atos que estreou em 1873 no Scala de Milão. Mal recebida pelo público e pela crítica, essa viria a ser considerada mais tarde como a mais importante de suas obras. Depois de "Salvador Rosa" (1874) e "Maria Tudor" (1879), Carlos Gomes voltou ao Brasil e foi recebido triunfalmente. Nessa temporada brasileira, dirigiu na Bahia e no Rio de Janeiro a montagem de O Guarani e de Salvador Rosa. Ainda na Bahia apresentou "Hino a Camões" e em São Paulo realizou, no Teatro São José, a primeira montagem de O Guarani.

A partir de 1882, Carlos Gomes passou a dividir seu tempo entre o Brasil e a Europa. No Teatro Lírico do Rio de Janeiro estreou "O escravo" (1889). Com a proclamação da república, perdeu o apoio oficial e a esperança de ser nomeado diretor da Escola de Música do Rio de Janeiro. Retornou então a Milão e estreou "O condor" (1891), no Scala de Milão.

Doente e em dificuldades financeiras, compôs seu último trabalho, "Colombo", oratório em quatro atos para coro e orquestra a que chamou poema vocal sinfônico e dedicou ao quarto centenário do descobrimento da América. A obra foi encenada em 1892 no Teatro Lírico do Rio de Janeiro. Em 1895 Carlos Gomes dirigiu O Guarani no Teatro São Carlos, de Lisboa, cidade em que recebeu a última homenagem: foi condecorado pelo rei Carlos I.

No mesmo ano chegou ao Pará, já doente, para ocupar a diretoria do Conservatório de Música de Belém, cargo criado pelo governador Lauro Sodré para ajudá-lo. Os modernistas de 1922 desprezaram Carlos Gomes, mas o público brasileiro sempre valorizou suas modinhas românticas. Em 1993 a opera O Guarani já meio esquecida, voltou aos palcos europeus ao ser montada por Werner Herzog, na Ópera de Bonn, com Plácido Domingo no papel de Peri.

Antônio Carlos Gomes morreu em Belém, no dia 16 de setembro de 1896.

Nenhum comentário:

Postar um comentário