Nas festas de fim de ano, páscoa, dia das mães, casamentos e aniversários, no fim dos anos 70 e parte dos anos 80, na periferia de Londrina tenho a lembrança dos xotes e baiões de Luiz Gonzaga se misturando ao som de rancheiras e toadas sertanejas. Mais que qualquer outra dupla, imperavam as vozes de Tonico & Tinoco.
Com os caipiras do interior paulista, cheguei a Tião Carreiro & Pardinho, Cascatinha & Inhana e Jararaca & Ratinho. De uma diversidade e beleza incríveis!
As vozes cristalinas e canoras de Tonico & Tinoco legaram ao nosso patrimônio musical e ao rico imaginário brasileiro, histórias e memórias de Chico Mineiro, Moreninha Linda, Luar do sertão
É aquela dupla que serviu e serve de parâmetro para todas as outras que vieram depois.
É aquela dupla encantada que simboliza o melhor e o maior da nossa cultura rural.
É o canto esquecido e desmatado por nosso progresso urbano e tecnológico.
Não há como disassociar; embora diferentes mas não antagônicos; o patrimônio cultural da dupla com Luiz Gonzaga.
O rei do sertão nordestino e do baião.
E a dupla que reina absoluta até hoje como a mais importante da história sertaneja.
Sei da importância da dupla para a cidade de Londrina e das andanças por estes matos do Paraná, mas fui assistir ao show dos irmãos em São Paulo.
Quando Tonico morreu em 1994, eu estava na capital paulista e fui ao seu velório público. Era um gesto de agradecimento e respeito!
Tonico e Tinoco representa a poesia do sertão, a melodia límpida e simples e a alegria das canções, valsas, toadas e rancheiras.
Hoje, Tinoco parte aos 91 anos e deixa saudade e um imenso patrimônio musical a ser descoberto pelas novas gerações.
Aldo Moraes
composermoraes@hotmail.com
4 de maio de 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário