sexta-feira, 30 de março de 2012

O CHORO DE JOATAN NASCIMENTO E A BAHIA DE JORGE AMADO NO CINEMA



Desfruto ao mesmo tempo da magia baiana através do filme "Capitães da Areia" (adaptação do livro de Jorge Amado) e do CD Eu choro assim. de Joatan Nascimento, lançado há 10 anos e que estou a ouvir diariamente nestes dias.

O CD é do trompetista alagoano, radicado na Bahia e que traz 14 choros escritos especialmente para seu instrumento, mas que a criatividade de Joatan transpõe para formações únicas, ou seja cada obra é interpretada com um convidado diferente: grupo de percussão, tuba, piano, conjunto vocal, quinteto de metais, quarteto de trombones e programação eletrônica.

Caetano Veloso apresenta o trabalho, lançado pelo selo Maianga, com produção de Roberto Santana e composições de Pedroca, Mestre Duda (a quem tive o prazer de conhecer numa edição do Festival de Música de Londrina), Porfírio Costa, João Gomes e Fred Dantas.

O CD é um exemplo da liberdade artística a que músicos clássicos e da música instrumental se colocam na Bahia, trocando informações com músicos populares e se imbuindo de literatura e outras artes. A miscigenação cultural fica clara neste trabalho de altíssima qualidade e acessível ao grande público. Estes elementos que formam o imaginário brasileiro estão presentes na cultura baiana e agregam valor tremendo a contribuição do país na vida contemporânea.

O filme é de uma beleza fotográfica e musical enormes, com o talento dos meninos "capitães" se destacando em plano principal. E nele também estão a magia do mar, do candomblé, da noite baiana, suas ladeiras e casarões, suas igrejas e a negritude do seu povo.

Penso que esta Bahia maior é contribuição de convivência, mistura e alta cultura do nosso povo ao Brasil. E que o Brasil deve se espelhar nisto para se apresentar ao mundo como opção de futuro, beleza e paz.

Aldo Moraes/músico
composermoraes@hotmail.com

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