domingo, 18 de março de 2012

LYGIA PAPE EM RETROSPECTIVA



Numa era de revoluções em praça pública, como as que abalaram o mundo no ano passado, a obra de Lygia Pape nunca esteve tão atual.

Enquanto o museu Reina Sofía abria há pouco menos de um ano em Madri a retrospectiva da artista que chega hoje à Estação Pinacoteca, os chamados indignados ocupavam a praça do Sol no coração da capital espanhola.

Pape, morta aos 77 em 2004, teria visto naquela ocupação um exemplo do que fotografou ao longo da vida como "Espaços Imantados", lugares na cidade com um poder de atração magnético, pontos fulcrais de vida e movimento na trama urbana.
Mas tanto nos experimentos mais formais, como desenhos e gravuras de abstrações geométricas, quanto nas performances sensoriais que arquitetou, Pape buscava uma fusão entre arte e vida.

Em seu "Livro do Tempo", megainstalação composta de 365 quadros coloridos, todos variações geométricas de um quadrado, Pape faz justamente isso: funde a passagem do tempo, um ano, à mutação das formas no espaço.

Sua disposição no museu também induz à caminhada, dando a sensação de marcha e progresso e, ao mesmo tempo, de insignificância diante da extensão dos quadrados que se alastram pela parede.

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1063216-lygia-pape-ganha-novo-sentido-em-tempos-de-revolucao-politica.shtml

FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO
SILAS MARTÍ


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