segunda-feira, 3 de outubro de 2011

EDUCAÇÃO NO BRASIL


Os últimos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que vem junto com uma ampla pesquisa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) sobre o estudante brasileiro dão conta do tímido interesse do jovem pela escola e pelos temas abordados. Em que pese o avanço da educação no país, nos últimos 20 anos, a evasão escolar e o baixo aproveitamento do aluno são temas recorrentes toda vez que se fala em educação no Brasil.

Algumas questões ainda ficam sob um ar de nebulosidade: a falta de reciclagem da escola nacional; a pouca interação com a comunidade, o atraso tecnológico e a falta de relação com a realidade nas salas de aulas.

Ainda não se enxerga o ambiente escolar como pólo irradiador de cultura e educação para a vida, para além dos conceitos acadêmicos. Percebe-se uma resistência em ampliar a discussão e a democratização do ambiente. E não se coloca o aluno na posição de cooperar com a escola, cujas regras ainda afastam a alegria e a percepção da escola como ambiente de solidariedade, conhecimento e amizade.

Também há que se avaliar a falta de conexão do cronograma escolar com a realidade, que nestes anos de internet e globalização, tem se manifestado de forma viva, intensa e democrática. A necessidade de uma convivência voltada ao ser humano e de mais programas governamentais voltados à educação em tempo integral que unam esporte, cultura, arte, meio ambiente e educação devem ser fomentados e exigidos pela população. Se as máquinas e os programas tecnológicos exigem recursos, a boa escola pode ser construída com comprometimento e boa vontade.

Pois se a educação já esteve pior e ainda pode ser melhorada e aperfeiçoada, não podemos perder a oportunidade de estabelecer parâmetros definitivos para a nova educação no Brasil. E é claro, devemos aprender com os esforços pessoais e coletivos empreendidos em nossa imensa nação para que a busca se transforme em bandeira de todos!

Fico com o exemplo da mineira Isolina Mendes Campos, que há mais de 60 anos mora em Londrina e que voltou aos bancos escolares, aos 100 anos de idade. Visitei a centenária e ela me contou de sua saúde e vitalidade e também que trabalhou enquanto jovem na colheita de cana de açúcar com irmãos e pais, o que naquela época significava estar fora da escola. Isolina foi homenageada na Câmara Municipal de Londrina,em projeto do Vereador Jairo Tamura (PSB). A centenária organiza sua vida doméstica e ainda costura e com este gesto da volta à escola, quer contribuir para que a juventude reflita sobre o Brasil que quer. Ela concorda que quando nos damos uma oportunidade, estamos dando um passo para uma oportunidade melhor para gerações de brasileiros e para a consolidação de um país mais qualificado e socialmente mais democrático.

Aldo Moraes

composermoraes@hotmail.com

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