sexta-feira, 22 de julho de 2011




Centenário revigora originalidade de Marshall McLuhan

A roda é uma extensão do pé, o livro é uma extensão do olho; a roupa,

uma extensão da pele, e a internet, uma extensão do cérebro.

O canadense Marshall McLuhan, cujo centenário de nascimento se comemora

hoje, formulou esses axiomas há mais de 40 anos, quando nem sinal havia

da rede mundial de computadores.

Criou-a ligeiramente modificada, é verdade: usando no lugar de internet o

conceito "circuitação eletrônica" e, no de cérebro, "sistema nervoso

central".

Graças às profecias sobre o que seria a evolução dos meios eletrônicos, a

partir dos anos 1990 o teórico da comunicação saiu do limbo a que fora

relegado na década anterior (após a euforia de sua descoberta nos

60/70), virou de novo pop e foi chamado de "santo padroeiro da internet"

pela "Wired".

A recém-criada Ímã Editorial relança "O Meio É a Massagem", livro-jogo

ilustrado, publicado por McLuhan em 1967 em parceria com o designer

Quentin Fiori e à época lançado também em LP.

A obra já apontava para fenômenos atualíssimos, como a rediscussão do

direito autoral e revoltas populares tonificadas por redes sociais.

Como observa no posfácio o editor e tradutor Julio Silveira, o livro "é

um apelo para que as pessoas (...) compreendam que estamos entrando em

um novo ambiente, deixando para trás a tecnologia sequencial,

especializada e categorizante da imprensa e do livro, e penetrando em um

novo ambiente, o de liberdade criativa e informação plena garantidas

pela 'circuitação eletrônica'".

Na América do Norte, foi lançado no fim do ano passado a biografia "You

Know Nothing of My Work!" (você não sabe nada sobre a minha obra), de

Douglas Coupland (o mesmo de "Geração X"), que incomodou parte da

família de McLuhan por associar idiossincrasias do intelectual a tiques

autistas.

A universidade brasileira também trata de revigorá-lo.

Fonte: Ilustrada ( Folha de São Paulo)

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