quinta-feira, 15 de abril de 2010


Concurso Nacional de Piano Luiz Thomaszeck De 10 a 13 de junho www.concertosparauberlandia.com.br



QUEM FOI LUIS THOMASZECK


Luis Thomaszeck nasceu em Curitiba, a 11 de junho de 1950. Iniciou seus estudos em fevereiro de 1960, quando, após breve iniciação com sua avó, Dna. Aline Cordeiro Parigot de Sousa, prestou vestibular na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Matriculou-se na classe do Prof. Daniel Costa da Silva, Titular de Piano daquela entidade, com quem estudou até 1964, quando recebeu o certificado de conclusão do Curso Fundamental de Piano, com a nota máxima.

Aos 11 anos iniciou suas apresentações em público, em salas de concerto, em Rádio e Televisão de seu Estado, tocando inúmeras vezes. Nessa época recebeu aulas do Prof. Josef Kliass, em São Paulo. Em 1964 freqüentou o Curso Internacional de Férias de Teresópolis, onde devido sua atuação, recebeu Bolsa especial da Prefeitura local para o Curso de 1965. Nessa ocasião passou a estudar com o ilustre pianista Gilberto Tinetti.

Em 1965 Luis Thomaszeck participou do Encontro Internacional de Música de São Paulo, quando dedicou-se intensivamente à música de Câmara, sob a orientação do Prof. Tobias Kühne, da Áustria. Em agosto desse ano foi classificado por unanimidade Solista da Orquestra Filarmônica de São Paulo; do júri fizeram parte, entre outras personalidades, os maestros Howard Mitchell, Regente Titular Emérito da National Symphony Orchestra de Washington, D. C., E.U.A., e Simon Blech, da Argentina.

Em setembro de 1965 foi para New York, onde após submeter-se ao concurso seletivo, recebeu Bolsa de Estudos na Juilliard School of Music, estudou durante um ano, Piano com a Profa. Libbie Tecklin e Materials of Music com Saul Braverman. De volta ao Brasil, prosseguiu seus estudos com o pianista Gilberto Tinetti e em 1967 voltou a participar do Curso de Teresópolis, onde foi considerado o melhor aluno e indicado oficialmente pela Pró-Arte do Brasil para receber uma Bolsa de Estudos do governo da Polônia, a fim de aperfeiçoar-se naquele país.

Em abril de 1967 Thomaszeck, então com 16 anos, venceu o I Concurso Nacional de Piano de São Paulo, concorrendo com 84 pianistas e obtendo primeiro lugar por unanimidade, quando interpretou magistralmente, segundo a crítica local, a Sonata em Si Menor de Franz Liszt e o Primeiro Concerto para Piano e Orquestra de Tchaikovsky, entre outras obras. Foi imediatamente convidado para inaugurar a Temporada 67 de Vesperais da Orquestra Filarmônica de São Paulo. Thomazeck inaugurou também o piano Steinway de Concerto doado à Sociedade Filarmônica de São Paulo pelo Governo da República Federal da Alemanha.

Em julho de 1967 Thomaszeck foi audicionado por Cláudio Arrau, reconhecido mundialmente como um dos maiores pianistas do século e considerado por muitos o maior pianista vivo. Impressionado com o jovem artista, Arrau aceitou-o como aluno. Interrompendo suas apresentações em público, Thomaszeck mudou-se para Nova York, onde, sob a orientação do mestre, aprofundou-se em um severo processo de desenvolvimento técnico-musical e artístico-intelectual. Durante um período de 4 meses contou, nas ausências de Arrau, com a assistência do renomado pedagogo Rafael de Silva, integrante do Círculo Busoni de Berlim, e de cuja associação musical com Cláudio Arrau surgiu a The Piano School of New York.

A partir de então, a formação de Thomaszeck viria a concluir-se sob a exclusiva orientação de Cláudio Arrau, em temporadas realizadas nos Estados Unidos e na Europa. Tendo o professor de Arrau, Martin Krause, sido aluno de Franz Liszt, o pensamento musical de Thomaszeck integra-se à tradição derivada desses mestres.

Em 1969, a convite do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, representou nosso país junto à Organização dos Estados Americanos, dando um recital na Pan American Union, Washington, D.C., em homenagem à passagem do 10º Aniversário do Falecimento de Heitor Villa-Lobos. Em 1970 Thomaszeck foi o único músico brasileiro a participar do Internacionale Meisterkurse realizado em Bonn, numa promoção da Staatlichen Horchschule für Musik (Escola Superior de Música) de Colônia, Alemanha Ocidental, em comemoração ao bicentenário do nascimento de Beethoven.

Em 1972, Thomaszeck recebeu um pedido do Departamento de Música da Tenessee State University, dos Estados Unidos, de completo material biográfico, para seu nome ser incluído em sua nova enciclopédia elaborada por aquela entidade. No final daquele mesmo ano, quando se preparava exaustivamente para as tournées que iniciaria na Américas e na Europa, Luis Thomaszeck foi acometido por uma gravíssima enfermidade paralisante que quase lhe roubou a vida. Esse acontecimento causou profunda consternação nos meios artísticos e intelectuais brasileiros, com repercussão internacional. Manifestações de solidariedade ao artista chegaram de todo o país, dos Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Inglaterra, Polônia, Bélgica e Venezuela.

Em 1975, Thomaszeck reiniciou suas atividades pedagógicas, voltando-se ainda para a composição musical e para a literatura, também passou a elaborar artigos sobre música para alguns jornais e revistas. Thomaszeck manteve contatos com o Prof. Walter Hinson da Southern Baptist Theological Seminary de Louisville, E.U.A., através dos quais vinha obtendo divulgação para a música brasileira contemporânea. Thomaszeck é Membro Vitalício da American Liszt Society, dos Estados Unidos, organização de âmbito internacional dedicada à pesquisa e à divulgação da obra do compositor.




LUIZ THOMASZECK II
Em 1977, Thomaszeck recebeu permissão das autoridades governamentais da Hungria para integrar a Liszt Ferenc Tarsáság – Sociedade Franz Liszt de Budapest, entidade fundada em 1893 e que congrega personalidades consideradas dignas do legado humanístico deixado pelo eminente patrono.

Em 1978 seu nome foi aprovado, pelo Departamento de Instrumentos Polifônicos da Escola de Belas Artes do Paraná, para ministrar naquela Escola, em 1979, curso de interpretação da obra pianística do Romantismo, pois seus vastos conhecimentos precisavam ser aproveitados e transmitidos à nova geração de músicos.

“No período que vai de 1967 a 1971 foi ele um dos intérpretes brasileiros de maior futuro, aplaudido no Brasil e exterior. Depois, repentinamente, a marca da fatalidade podou-lhe as aspirações de intérprete em toda sua potencialidade. Nos anos seguintes travou luta atroz, moral e física. Mas, apesar de estar com os membros paralisados, ficou-lhe o talento musical, pois este nem mesmo a força do destino conseguiu roubar-lhe.”

Seu falecimento em 17 de outubro de 1978 consternou os meios artísticos do Brasil e além de fronteiras. Manifestações de pesar chegaram de todo o país, dos Estados Unidos, da Holanda, Alemanha, Inglaterra, Polônia, Bélgica e Venezuela. Porém, as mais numerosas foram de sua terra natal.




CRÍTICAS


“Dos muitos e brilhantes talentos que tenho podido ouvir em todas as partes do mundo, Luis Thomaszeck foi aquele para quem esperei o máximo”.
CLAUDIO ARRAU (Julho 1976)


“Seu talento absolutamente invulgar, sua incrível facilidade pianística, aliados a um trabalho regular, intenso e de grande seriedade, deixam entrever uma carreira brilhante para Luis Thomaszeck”.
GILBERTO TINETTI (Pianista – Junho 1967)


“O maior pianista do Brasil”.
JOÃO CARLOS MARTINS (Pianista – Outubro 1968)


“Um pianista notável. Quem o escutar, jamais o esquecerá!”.
IRIS BIANCHI (Pianista)


“Porque o escolhemos? Não há porque. Ele é um artista. Ele está criando um mundo todo dele, mergulhando dentro de sim, até o âmago, caindo no cosmos da criação artística. Claro, ele tem técnica. Sem técnica, nada é possível. Mas o que realmente aprecio em Thomaszeck, é essa introspecção, essa concentração, essa capacidade de se desligar do público e do ambiente, de se integrar na música, de sofrer com elas, de estar nela, dentro dela. Ele está no caminho certo”.
JULIUS BLOOM (Diretor do Carnegie Hall de New York – Janeiro 1972)

Este comentário foi feito após a escolha de Thomaszeck entre os participantes do concurso realizado na Sala Cecília Meireles, Rio, pela JABRARTE, para realizar 25 concertos em novembro e dezembro de 1972, na Colômbia, Venezuela, México, Canadá e culminando com uma apresentação de gala no Carnegie Hall de New York.

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