quarta-feira, 23 de setembro de 2009

DIRCE EMÍLIA MIGGLIACCIO




Chamá-la de Dirce é como pensar em tia Dirce ou dona Dirce, mas esta senhora-menina-sapeca não me transmitia ( de forma alguma) a sensação de um ser adulto, muito menos destes tradicionais que vemos todos os dias por aí dando bronca nas crianças e achando que o mundo mudou tanto e que mudou para pior. Enfim, os adultos são assim ou com o tempo, vão ficando assim ... Mas ela, parecia que só mudava de figurino enquanto o peculiar dos personagens permanecia o mesmo.

Que bom para nós, né ?

E deve ser assim mesmo, apesar de minha impressão ser pessoal e claro, subjetiva: mas ao encarnar Emília, só podia mesmo ser uma senhora-menina, por que eu ainda menino ( lá pelos idos dos 70 ou 80 ) jurava que Monteiro Lobato tinha criado a boneca de pano só para ser encarnada pela grande atriz brasileira Dirce Migliaccio (1932-2009). Que de tão boa atriz e tão teimosa, eternizou dois grandes personagens de dois grandes autores: a Emília de Lobato e a irmã Cajazeira de Dias Gomes ( em O Bem Amado).

Seu jeito característico de andar, as estripulias pelo Sítio do Pica Pau Amarelo, a voz convincente e os olhinhos acesos, como a mostrar que a menina de pano já ia aprontar das suas.

E posso revelar agora, ainda que pareça nostálgico: nenhuma outra Emília foi igual ! E sua imagem é viva quando leio as aventuras da turma do Sítio nos velhos livros que ainda guardo.

E hoje, penso, como vão ficar Dona Benta, Tia Anastácia, Tio Barnabé e Visconde de Sabugosa sem a nossa Emília ?

Penso um pouco ...

Penso mais ...

E me lembro ...


É mesmo ! É triste mesmo, mas ela foi ao encontro deles e agora nós, é que ficamos por aqui a lamentar ...

Ei, ei Emília !!!

Por que é que você foi aprontar esta última estripulia com a gente ?
( Aldo Moraes
composermoraes@hotmail.com )

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